‘Minha Mãe É Uma Peça 3’ chega às telonas para rivalizar com blockbusters
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Como Sonia Braga no cinema brasileiro dos anos 1970/80,
Paulo Gustavo virou o fenômeno de bilheteria da produção nacional atual.
Sozinho, como Dona Hermínia, ou em dupla com Mônica Martelli, seu desempenho
nas bilheterias tem sido infalível. Paulo Gustavo tenta agora o que parece
missão impossível – estreia Minha Mãe É Uma Peça 3 nesta quinta-feira, 26,
imprensado entre Star Wars, o esperado Episódio IX, que ainda permanece como o
blockbuster internacional do fim de ano, e o próximo, Frozen 2, que entra no dia
2. Conseguirá o blockbuster nacional dar conta de tanta concorrência? Paulo
Gustavo está confiante. E avisa aos navegantes – diz que Minha Mãe É Uma Peça 3
é seu filme mais político.
De 5 em 5 milhões de espectadores, você está remodelando as listas de recordes
de bilheteria no País. Vai fazer mais 5 milhões com Minha Mãe 3?
Por que só 5 milhões? Eu não me importo de fazer mais, nem temo a concorrência.
Já enfrentamos o Star Wars no passado e o Frozen Qual era o Star Wars? Ah, sei
lá. Nossos números são grandes, mas eu acho que deveria haver uma reserva de
mercado para a produção nacional. Os filmes grandes atraem o público, e as
pessoas sabem que vão se divertir com a Dona Hermínia. Mas existem filmes
menores que também têm de ter espaço. O público precisa se conscientizar disso,
o mercado, também.
Minha Mãe 3 arrisca mais e é até um pouco triste. Aborda temas como perda,
solidão. Dona Hermínia está numa nova fase, com os filhos no mundo. Juliano vai
se casar, Marcelina está
grávida. Ela não os controla mais. Não é muita mudança para o seu público?
É, mas a vida é dinâmica e eu estou numa outra fase, acho que mais maduro.
Casei-me, sou pai, tenho os gêmeos e, inclusive, vou lhe dizer que estou
vivendo uma situação surreal. Thales (o marido) e eu tentamos colocar
disciplina nos gêmeos e aí chega a minha mãe, que sempre foi a maior
controladora, e bagunça tudo. Como ela diz, a função da avó é estragar os
netos. Tudo o que faço tem muito de autobiográfico, e as pessoas sabem disso.
Coloco minha vida, minhas experiências, então, estou compartilhando essa fase
com meu público. O casamento do Juliano é o meu casamento, a maternidade da
Marcelina é a minha paternidade. Ser pai está sendo o máximo. Cada dia é uma
emoção, uma descoberta. E o que você diz que é tristeza no filme – para com
isso, não afugenta o público -, é um tanto de drama, de amadurecimento. Ninguém
é dono dos filhos para sempre.
É um filme que tem casamento gay, mas sem beijo gay. Qual é o problema? Poderia
pegar mal na bilheteria?
Qual é o problema? O problema é o (prefeito Marcelo) Crivella, que mandou tirar
da Bienal do Livro aquela HQ que tinha beijo gay. O fato, em si, o beijo, não
deveria ser problema, mas o preconceito ainda é forte e cria essas situações.
Há muito preconceito, muita homofobia. Mesmo sem beijo gay, o Minha Mãe 3 é meu
filme mais político, porque ele traz a defesa da diversidade, do casamento gay.
É a história da Dona Hermínia, mas eu estou ali com a minha cara, dizendo quem
sou, homenageando minha mãe, minha irmã, meu marido, minha família. Não tem
bicho de sete cabeças. A gente pode ser diferente, mas é normal, se ama, é
trabalhador. O bom é todo mundo se respeitar. Então, nesse Brasil ainda
polarizado, a bandeira do filme é o amor.
SERVIÇO: MINHA MÃE É UMA PEÇA 3
Gênero: Comédia – Nacional
Tempo de duração: 90 min.
Classificação: 12 anos
Cine São Carlos: 17 h, 19 h e 21 h
Cine Iguatemi: 14 h, 15 h, 17h15, 19 h, 19h30.