Plano de Diretrizes do Audiovisual chega ao Centro-Oeste
Etapa reuniu profissionais do setor para definir as metas para os próximos 10 anos
Após dialogar com representantes das outras quatro regiões do país, as rodadas de debates do novo Plano de Diretrizes e Metas (PDM) do audiovisual brasileiro chegaram ao Centro-Oeste nesta quarta-feira (18). A abertura do evento foi realizada no Espaço Cultural Renato Russo, em Brasília, e reuniu profissionais do setor para colaborar com a construção das políticas públicas que nortearão a área nos próximos 10 anos.
A secretária do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a relevância do novo PDM para o fortalecimento do setor.
“Esse plano não só servirá como um farol para o audiovisual brasileiro, mas também como um marco de recriação da nossa identidade cultural. Esse processo de construção foi feito à luz da metodologia do MinC para o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura, ambos focados na participação social e na democratização das políticas culturais”, afirmou. Ela também enfatizou também o papel determinante do Conselho Superior de Cinema (CSC) no processo de definição das diretrizes do setor.
O cineasta e documentarista Vladimir Carvalho participou da mesa de abertura e destacou a relevância na escuta de diversas vozes do audiovisual brasileiro nesta elaboração.
“Levaremos o recado desse encontro para as nossas bases. Esperamos concretizar o que foi estabelecido pela representação do Ministério da Cultura, sob uma liderança que propõe algo novo e extraordinário. Esperamos que possamos imediatamente trazer frutos ativos desse encontro e acredito que podemos construir e reconstruir”, disse.
Amauri Pessoa Veras, chefe da Assessoria de Mobilização e Participação Social da Secretaria de Estado de Economia Criativa e Cultura do Distrito Federal, trouxe em sua fala aspectos da inovação no cenário nacional. “O audiovisual é a linguagem que contém todas as outras. Inovamos ao garantir que os editais não sejam lançados apenas para cumprir uma tarefa de um ano, mas para ter um impacto a médio prazo. Hoje, os editais estão limitados a três anos devido à gestão prudente, e estamos garantindo uma nova dinâmica para o Cine Brasília”, explicou Amauri.
A segunda mesa do dia foi mediada pelo diretor de Formação e Inovação da Secretaria do Audiovisual do MinC, Rodrigo Antonio. Ele pontuou a importância do diálogo e da construção coletiva do PDM. “Estabelecemos o diálogo e a reflexão ao longo dos encontros regionais. Estamos em um momento de proposição política muito consciente do que é negociável. E esse processo passa por entender que o tecido cultural brasileiro é plural. Precisamos olhar para as desigualdades de acesso e as necessidades de reparação histórica em curso. Temos uma base de políticas públicas, mas é essencial avançar em um novo momento para o Brasil”, afirmou.
Rodrigo Antonio também mencionou a importância de manter o PDM adaptável às mudanças. “O plano precisa ser detalhado o suficiente para nos guiar, mas flexível para que possamos acompanhar a realidade. Não pode ser algo genérico demais, pois isso não traria resultados concretos. É uma construção coletiva que requer atenção aos detalhes e ao mesmo tempo uma visão ampla do que é possível”.
Panorama
Gustavo Gindre, servidor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), apresentou um panorama geral do PDM anterior (2011-2020), trazendo dados que apontam os pontos positivos e os desafios do plano anterior, que serviu de base para os novos debates. “A primeira parte da nossa avaliação é mais burocrática, com esclarecimentos sobre o que foi o PDM anterior. Na segunda parte, entramos nas questões específicas que precisam ser refletidas no próximo plano. Precisamos pensar em metas concretas, mas também ter flexibilidade, pois não podemos prever com exatidão todas as mudanças que virão nos próximos 10 anos”, afirmou.
Ele pontuou que o novo Plano, que começará em 2025 e terá vigência até 2034, precisa encontrar um equilíbrio entre o detalhamento excessivo e a generalidade. “Se o plano for muito detalhado, pode se tornar irrealizável; se for muito genérico, perde a eficácia. Estamos buscando um ajuste fino nesse planejamento”, finalizou.
Grupos de trabalho
Na quinta (19) e na sexta-feira (20), grupos de trabalho (GTs) se reunirão na Secretaria do Audiovisual, localizado no Venâncio Shopping, para definir temas centrais do novo PDM. O encontro contará com a participação de diversas lideranças culturais e especialistas do setor, que vão assegurar que as demandas regionais sejam ouvidas e incorporadas ao texto final. Durante os encontros regionais do Circula MinC, que aconteceram em diferentes regiões do Brasil, representantes de instituições públicas e privadas trouxeram suas perspectivas sobre o audiovisual, contribuindo para a construção de um plano inclusivo e representativo.
Seminários
Após os encontros regionais, o Ministério da Cultura (MinC) promoverá dois seminários temáticos para debater questões transversais das políticas públicas no audiovisual. O primeiro, que será realizado entre 15 e 18 de outubro, abordará as interseccionalidades de raça, gênero e diversidade no setor. O segundo, a ser realizado entre 20 a 22 de novembro, focará no diálogo entre gestores, empresas e profissionais, com ênfase na economia criativa e no papel do audiovisual como ferramenta de desenvolvimento econômico e social.
O novo PDM será consolidado pelo Conselho Superior de Cinema, que reunirá as propostas discutidas nos encontros regionais e nos seminários temáticos para apresentar um plano que atenda às necessidades e expectativas do setor audiovisual brasileiro.
