Revista indígena Pihhy se consolida
Disponível no site do MinC, publicação já alcançou cerca de 100 autores
A Revista Pihhy, produzida pelo Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, uma realização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), chega a sua edição de número 5 consolidando a difusão e importância dos conhecimentos indígenas dentro e fora do país. A Plataforma, que está disponível no site do MinC, já alcançou a marca de cerca de 100 autores e autoras indígenas, pertencentes a mais de 40 povos originários distintos do Brasil e do México. Em novembro, o núcleo realizou o Seminário Universidades Interculturais: possibilidades, potencialidades e limites, que contou com a presença de Rafael Maximiniano, coordenador-geral de Articulação de Políticas de Cultura e Educação da Diretoria de Formação Artística e Cultural da Sefli e recebeu diversos estudantes e docentes.
A produção é fruto de uma parceria firmada no ano de 2023 entre o MinC e a UFG e é uma iniciativa de fortalecimento à conexão, cultura e pensamento. Os conteúdos começaram a ser realizadas no primeiro semestre de 2024. Até o momento, já são cerca de 90 conteúdos disponibilizados na revista em diversas linguagens: há matérias escritas, em áudio e pelo menos 10 minidocs (audiovisuais), 40 livros físicos e e-books já lançados e os que estão em finalização.
O grupo que conduz a produção é liderado pelos professores Alexandre Hartant Herbetta e Gilson Tenywaawi Tapirapé, com apoio de Mirna Kambeba Anaquiri, José Alecrim, Gregório Huhte, Julio Kamer e José Cohxyj. Entre os resultados comemorados, os livros e e-books inseridos nos currículos e planos de ensino de unidades escolares em algumas partes do Brasil, chegando às escolas indígenas e não indígenas como material didático diferenciado.
Um exemplo é a Secretaria de Educação do Estado de Goiás, que utiliza os materiais apresentados por meio da revista semente (pihhy), em cursos de formação-capacitação docente e em atividades que alimentam a Lei nº 11645/08, a qual busca atuar contra o racismo epistêmico e institucional, possibilitando a formação de crianças e jovens brasileiro por meio, também, da diversidade. Neste caso são cerca de 500 unidades de ensino, 1.300 professores e aproximadamente 90 mil estudantes trabalhando com os conteúdos originários no estado. Em novembro, escolas goianas estiveram no Campus da UFG, para semear pluralidade, evento coordenado pelos curadores/as da revista, José Alecrim, Mirna Kambeba Omágua Yeté Anaquiri e José Cohxyj Krikati.
O Seminário Universidades Interculturais: possibilidades, potencialidades e limites, ocorrido no dia 14 de novembro, plantou a semente da interculturalidade crítica como eixo para se pensar as instituições educativas no país, assim como postula o relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação (2021). Por meio da fala potente de pensadores e pensadoras indígenas, como dos professores Gilson Tenywaawi Tapirapé. Edson Kayapó, Mirna Kambeba, Gregório Huhte Krahô e Bruno Kaingang, a instituição se dispôs a escutar profundamente sobre a necessidade de transformações centrais em toda a academia: currículos plurais, outras práticas pedagógicas, distintos modos de gestão e, certamente, outros afetos, como o sentimento comunitário.