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Acisc analisa inadimplência no comércio

03/07/2012 12h34 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Acisc analisa inadimplência no comércio

A inadimplência média de empréstimos para pessoas físicas e empresas bateu o recorde na série histórica iniciada pelo Banco Central em 2000. Os dados divulgados pela autoridade financeira brasileira preocupam bancos, lojistas e as operadoras de cartão de crédito, obrigadas cada vez mais a flexibilizar suas regras para tentar receber os atrasados.

 

O presidente da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc) Alfredo Maffei Neto, analisa que dificuldades financeiras, ausência de reserva para despesas extras, desemprego e falta de controle nos gastos estão entre os itens que levam à inadimplência, que pode ser medida através da sazonalidade, do número de prestações em atraso e do valor médio dessas prestações.

“Para o lojista tentar diminuir esse problema é fundamental tomar alguns cuidados, como solicitar apresentação de RG, CPF, comprovante de renda e residência; confirmar os dados do cliente, além de consultar o Serviço Central de Proteção ao Crédito consultar (SCPC), quando a compra foi feita em crediários próprio da loja”, afirmou.

O gerente administrativo da loja Charanguinha, Adilson Floriano, afirmou não perceber um aumento na inadimplência entre os consumidores que usam o crediário que eles oferecem como forma de pagamento. “Nosso sistema de crédito corresponde a 75% do volume de vendas e no ano a inadimplência gira perto de 0,9%”, relatou ao afirmar que no final do ano passado se deparou com fregueses saldando dívidas de mais de dois anos que para ele parecia ser um dinheiro perdido.

Segundo Maffei, os associados da Acisc ainda utilizam o crédito pessoal para vender a prazo para o consumidor. “Apesar de esse número estar diminuindo a cada ano, várias empresas ainda utilizam o crediário como forma de pagamento”, afirmou.

O economista da Pró-Valor Investimentos, Fernando Borges, vê no acesso facilitado ao crédito e uma melhor condição no pagamento das parcelas a válvula que impulsiona o consumidor a configurar na estatística da inadimplência financeira. “É muito comum encontrar aquele comprador que analisa apenas o valor da parcela se cabe ou não no seu bolso, sem se preocupar com os encargos fixos decorrentes da sua subsistência”, afirmou.

Ele indica que o salário e renda das famílias não cresceram na mesma proporção do crédito. Aliado a esse dado, o consumidor encontra na praça um estímulo ao consumo e um setor varejista criando inúmeras oportunidades de crediário e financiamento.

Borges explicou regras básicas no momento da renegociação da dívida junto às instituições financeiras. Ele mostrou que as parcelas devem estar dentro do orçamento e que o movimento de quitar os pagamentos atrasados muitas vezes parte dos bancos e financiadoras. “Nesse momento tente adequar o seu rendimento a um patamar possível de parcelas”, afirmou.

 

Economista vê classe C suscetível a gasto

O economista da Pró-Valor Investimentos, Fernando Borges, mostrou pela experiência dentro da empresa que atua, que as classes emergentes estão mais suscetíveis a um comportamento sem regras no momento do gasto. Em sua análise, poucos consumidores têm o hábito de colocar em planilhas os gastos estimados do mês. “Essa educação financeira é um dado primordial para que o consumidor não entre na lista do inadimplente”, afirmou.

 

Como dica ele mostrou que no site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br) existe um curso gratuito online que mostra como devem ser tratados os gastos no dia-a-dia do consumidor e uma planilha que ele pode experimentar a organizar o orçamento familiar para vier dentro de sua realidade financeira.

 

Veja os últimos dados da inadimplência da cidade, entre os associados da Acisc

Dados do SCPC (mantido pela Acisc)

Total de devedores – 42.033

Total de dívidas – 60.394

Valor total das dívidas – R$ 16.727.281,75

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