Alta no IPC-S reduz a 0,52% em abril
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a alta para 0,52% na quarta quadrissemana de abril, que corresponde ao fechamento do mês, influenciado principalmente por Vestuário e Alimentação, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 2. E o movimento deve continuar em maio.
Em março, o indicador havia fechado com alta de 0,60%. Na terceira quadrissemana de abril, o IPC-S apresentou elevação de 0,57%.
“Alguns fatores sazonais pressionaram o indicador no começo do mês, mas foram perdendo força ao longo de abril, como Vestuário, que sempre sobe por fatores sazonais nessa época do ano”, disse à Reuters o economista da FGV André Braz. “Foi um mês ainda de impactos pontuais de produtos que foram reajustados em todo o país, como remédios e cigarros”, explicou ele.
Sem o impacto sazonal de medicamentos, cigarros e vestuário, Braz destacou que o IPCS deve ceder em maio para algo perto de 0,40%, uma vez que ele também considera que não há perspectiva de pressão expressiva nos preços de alimentos.
“Uma taxa de 0,40% é mais compatível com a taxa de inflação esperada para esse ano. A taxa de 0,55 por cento está mais para um ponto fora da curva”, adicionou o economista.
Com o fechamento do mês, o indicador acumula alta de 2,19% no ano e de 5,05% nos últimos 12 meses, de acordo com a FGV.
DESACELERAÇÃO
Na última quadrissemana do mês, cinco das oito classes de despesas que compõem o índice apresentaram decréscimo em relação à terceira quadrissemana.
Os grupos Vestuário e Alimentação tiveram a principal contribuição para a desaceleração do IPC-S. O primeiro passou de alta de 1,05% na terceira quadrissemana para avanço de 0,55%. O segundo desacelerou a alta de 0,53 para 0,38% na última leitura de abril.
Destacaram-se nesses grupos os comportamentos dos itens roupas (1,24 para 0,65%) e frutas (0,31 para -1,47%), respectivamente.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,29 para 0,09%), Habitação (0,49 para 0,42%) e Transportes (0,36 para 0,33%).
Por outro lado, registraram acréscimo nas taxas de variação os grupos Despesas Diversas (2,42 para 3,50%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,88 para 1,03%) e Comunicação (0,07 para 0,08%).
A meta oficial de inflação é de 4,5 por cento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA), com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O cenário inflacionário é determinante para que o Banco Central defina sua política relacionada à taxa básica de juros, atualmente em 9 por cento ao ano após o último corte de 0,75 por cento feito em meados de abril.
Na ata de sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a projeção de inflação para 2012 e 2013 pelo cenário de referência. Segundo o documento, para este ano a inflação encontra-se “em torno do valor central” da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA. Para2013, ainflação está “acima” do centro da meta.