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Atraso na safra de cana do Brasil pode impulsionar produtividade

16/07/2012 16h21 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Atraso na safra de cana do Brasil pode impulsionar produtividade

Atrasos na colheita da safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil provavelmente vão impulsionar a produtividade agrícola, afirmou a trading Czarnikow nesta segunda-feira.

 

A moagem de cana do Brasil está cerca de 50 milhões de toneladas atrás da registrada no mesmo período do ano passado, devido ao tempo chuvoso e a um início tardio planejado por algumas usinas.

Os preços do açúcar estão sendo sustentados pelo risco climático no maior produtor global.

Entretanto, os atrasos vão favorecer o desenvolvimento da safra, o que tende a resultar em uma produtividade agrícola maior.

“O tempo chuvoso em junho impulsionou os preços e aumentou o atraso no início da temporada de moagem”, afirmou Toby Cohen, diretor da Czarnikow diretor, em comunicado.

“Mas o tempo chuvoso pode apenas ajudar a produtividade agrícola e impulsionar o final da safra.”

A Czarnikow confirmou a sua previsão de safra de cana do centro-sul do Brasil em 505 milhões de toneladas, e disse que esse número ainda poderia subir.

“Os preços podem se recuperar das mínimas com o tempo inesperado e o risco logístico”, afirmou Peter de Klerk, analista da Czarnikow.

“Estamos confiantes na nossa previsão de 505 milhões de toneladas de cana, com um período mais longo de maturação tendo implicações positivas.”

Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicou que a região poderá ter uma produtividade agrícola superior àquela estimada no início da safra, mas, em contrapartida, uma queda na qualidade da matéria-prima, pelo elevado volume de chuva.

A Czarnikow indicou ainda que este ano é o primeiro em uma década sem aumento significativo na área plantada.

O setor, ao contrário, focou em redução da idade do canavial, após anos de baixa renovação das lavouras, visando aumento de produtividade.

Com uma produtividade menor no ano anterior, em meio a um crescimento mais lento na área plantada, houve uma aumento da capacidade ociosa do setor, o que levou muitas empresas a aguardarem mais tempo para iniciar a moagem, em busca de uma produtividade agrícola maior.

O início lento nesta temporada deixou os estoques nos portos baixos em junho, colocando uma pressão altista nos preços.

Os embarques durante o segundo trimestre de 2012 somaram 3,8 milhões de toneladas, 1 milhão abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

Após um início lento, a indústria terá que demonstrar uma grande performance no terceiro e quarto trimestres do ano calendário, para recuperar o que não entregou no começo da temporada.

“Atualmente, o terceiro trimestre parece mais seco que o segundo, enquanto chuvas inesperadas em junho deram mais confiança de que a nossa previsão de 505 milhões de tonelada será alcançada”, disse Czarnikow.

 

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