Avicultores esperam retomada de abate na cidade
O frigorífico que abrigou até março as atividades da Rigor Frangos completa agora dois meses sem atividades. Para o segmento de avicultores da cidade, o fechamento da empresa trouxe uma desaceleração no setor e abate de aves e em toda a cadeia de produtores de frango da região.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de São Carlos e Região, Eunízio Malagutti, perto de 600 trabalhadores no abate de frango estão desempregados. “Há também de se contabilizar os trabalhadores que estão fora do frigorífico que fazem o transporte do frango vivo para o abate, os técnicos que inspecionam as granjas, enfim, uma cadeia de trabalho que está estagnada até então”, afirmou,
Para o secretário de Trabalho e Renda de São Carlos, Emerson Domingues, o fechamento do frigorífico afetou o número de carteiras assinadas na cidade. “Os números são perceptíveis principalmente em março quando se teve um índice negativo no cadastro de empregos formais”, alertou.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) reafirma a informação do secretário de Trabalho, identificando que em março ficou negativo em 6,75% o emprego na indústria da região, o que significou baixa de aproximadamente 2.600 postos de trabalho. Parte desse número computada pelo fechamento do frigorífico da Rigor.
Para Malagutti, a retomada do frigorífico por algum outro empresário poderá equilibrar a situação do segmento de avicultura. Ele descreve que os granjeiros integrados, aqueles que criam os frangos para o abate, estão tendo de se deslocar a cidade de Descalvado para fornecer o frango vivo à mesma empresa Rigor que lá ainda mantém uma unidade. “A logística de levar o frango vivo até Descalvado fica onerosa tanto para o produtor como para o abatedor. Um frigorífico aqui resolveria esse impasse”, afirmou.
A análise do delegado regional do Ministério do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, mostra que o Termo de Ajuste de Conduta feito entre Ministério Público do Trabalho, Delegacia do Trabalho e a empresa Rigor para o cumprimento da legislação trabalhista finalizou no último dia 15 com o final das três parcelas pagas aos trabalhadores do frigorífico. “Não foi registrada nenhuma pendência ou rompimento de contrato pela Rigor no ato de pagar os funcionários”, afirmou Morillas.
Para o delegado do Trabalho, uma possível retomada das atividades do frigorífico traria no momento a possibilidade desses trabalhadores retomarem as atividades e saírem do seguro desemprego. Empresários que atuam no transporte do frango e dos trabalhadores até o frigorífico também esperam a retomada das atividades do abate de frangos na cidade.
Entenda o caso
Funcionários da empresa Rigor Alimentos, de São Carlos, encontraram os portões fechados na manhã de abril. Os 560 trabalhadores teriam que cumprir aviso prévio até o dia 24 de abril, mas foram informados que deveriam esperar em casa pela rescisão no começo.
No começo de fevereiro, a empresa demitiu 510 trabalhadores, 390em São Carlose 120em Descalvado. Assinoutambém um acordo com o Ministério do Trabalho para pagar as rescisões em três parcelas, a última seria paga em maio.
O grupo comprou o abatedouro em outubro de 2010. Esta já é a quarta empresa a assumir o frigorífico de aves que, sóem São Carlos, chegou a ter 1,5 mil funcionários. A crise começou no final do ano passado, por causa dos prejuízos com o baixo preço do frango no mercado.