Bolsas da Ásia caem com morte de Kim Jong-Il
A notícia da morte do líder norte-coreano Kim Jong-Il fez a maioria das bolsas asiáticas apresentar queda acentuada. As contínuas preocupações sobre a desaceleração da economia chinesa também afetaram os mercados da região.
Foi o que ocorreu na Bolsa de Hong Kong, onde o índice Hang Seng caiu 215,18 pontos, ou 1,2%, e fechou aos 18.070,21 pontos, mais sensível aos temores sobre a China. As imobiliárias estiveram entre as blue chips que apresentaram pior desempenho. China Resources Land perdeu 4% e China Overseas Land cedeu 3,4%. Exposta à crise da dívida europeia, a varejista de moda Esprit deslizou 6,5%.
Na China, a Bolsa de Xangai teve leve baixa, refletindo a decepção dos investidores com um programa experimental anunciado na sexta-feira por Pequim. O projeto permite que os fundos offshore em yuans possam ser investidos em mercados de capital do país, mas foi considerado de alcance limitado. O índice Xangai Composto caiu 0,3% e terminou aos 2.218,24 pontos. Já o índice Shenzhen Composto ganhou 0,3% e encerrou aos 912,84 pontos. China Merchants Securities baixou 2,9% e Everbright Securities teve declínio de 1,7%.
O yuan subiu ante o dólar depois de o banco central provavelmente intervir pela segunda sessão seguida para escorar a divisa. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,3378 yuans, de 6,3484 yuans sexta-feira. A taxa de paridade central dólar-yuan foi fixada 6,3303 yuans, de 6,3352 yuans ontem.
Já a Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, fechou no menor nível em três semanas. Depois de desabar 4,9% com a morte do ditador inimigo Kim, o índice Kospi recuperou parte das perdas para terminar com queda de 3,4%, fechando aos 1.776,93 pontos. Os investidores estrangeiros venderam ações dos setores tecnológico e químico. Samsung Electronics caiu 3,6%, Hynix perdeu 5,9% e LG Electronics cedeu 4,7%. LG Chem tombou 5,2%.
Em Taiwan, a Bolsa de Taipé fechou em queda de 2,2%, terminando aos 6.633,33 pontos, patamar mais baixo desde 13 de julho de 2009. A retração do mercado deve-se aos riscos geopolíticos gerados com a morte do ditador Kim, o que se soma à crise da dívida na Europa, disse o analista da Concord Securities, Henry Sun. O volume de ações negociadas foi moderado e, segundo ele, o Taiwan Weighted poderá deslizar ainda mais, esboçando uma reação ao atingir os 6.500 pontos. Os papéis das companhias de tecnologia TSMC e Acer caíram 0,3% e 2.4%, respectivamente.
A Bolsa de Sydney, na Austrália, atingiu a maior baixa em três semanas, depois de a fabricante de roupas esportivas Billabong International anunciar que fará uma revisão de suas operações e da estrutura de capital diante da desaceleração das vendas de Natal. O S&P ASX 200 fechou em baixa de 2,4% e terminou aos 4.060,40 pontos, na sua maior perda diária desde outubro, com a Fitch que rebaixou os ratings de vários países europeus e a morte do ditador Kim. As ações da Billabong despencaram 44%. As mineradoras BHP Billiton e Rio Tinto recuaram 2,5% e 2,6%, respectivamente.
Nas Filipinas, a Bolsa de Manila fechou em alta. O índice PSE subiu 0,3% e terminou aos 4.318,12 pontos, em volume moderado de ações negociadas. A mudança de perspectiva de crédito para o país, feita pela S&P, de estável para positiva, impulsionou o mercado.
A Bolsa de Cingapura fechou em baixa com preocupações sobre a crise da Europa e a morte do ditador norte-coreano adicionando incerteza no mercado. O índice Straits Times recuou 1,6% e fechou aos 2.618,09 pontos.
O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, reverteu as perdas do início da sessão e fechou em alta de 0,1%, encerrando aos 3.770,28 pontos.
O índice SET da Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, caiu 0,1%e fechou aos 1.033,55 pontos.
O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, avançou 0,8% e fechou aos 1.477,78 pontos.