Bovespa cai, descolado de bolsas externas
A bolsa brasileira não conseguiu manter a alta registrada durante grande parte do pregão e encerrou esta quarta-feira, 11, em baixa pelo terceiro dia consecutivo, com investidores menos otimistas e a espera de novas notícias vindas do cenário externo, após um aumento nos rendimentos dos títulos da dívida da Itália.
O Ibovespa caiu 0,72%, a 61.293 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 7,14 bilhões de reais.
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,7%, enquanto o S&P 500 avançou 0,74%.
Na Europa, os custos dos empréstimos de um ano da Itália duplicaram em um leilão de títulos de curto prazo nesta quarta-feira, refletindo novas dúvidas sobre os países mais fracos da zona do euro e destacando o nervosismo do mercado antes de um leilão de títulos de três anos na quinta-feira.
Ao mesmo tempo, um membro do Banco Central Europeu (BCE) disse que a instituição ainda tem o Programa de Mercado de Títulos (SMP, na sigla em inglês) para possibilitar-lhe a compra de dívida dos países da zona do euro, caso surja a necessidade.
“O mercado vem com uma dinâmica ruim, com essa piora recente. Países da zona do euro enfrentam novo aumento nos rendimentos de títulos e o BCE trouxe um pouco mais de calma dizendo que poderia voltar a comprar esses títulos”, explicou o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.
“O Ibovespa ficou dividido (nesta sessão), com Petrobras subindo, mas ações voltadas ao mercado interno, que estavam descoladas do índice, pesando. Teve um pouco de ajuste, com os investidores se posicionando em commodities, mas a tendência ainda é do mercado ficar mais cauteloso. Parte da euforia do início do ano acabou e o mercado parece estar mais com os pés no chão, esperando o que vem pela frente.”
A preferencial da Petrobras subiu 0,76%, a 21,35 reais, enquanto Vale teve variação positiva de 0,07%, a 40,35 reais, e OGX teve alta de 0,99%, a 13,29 reais.
Entre os papéis em baixa, PDG Realty recuou 5,27%, a 5,03 reais, e BR Malls perdeu 3,52%, a 23,27 reais.
AES Eletropaulo teve queda de 4,37%, a 35,05 reais, dando continuidade às perdas da véspera, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs redução nas tarifas da empresa.
Ações de consumo também pesaram. Lojas Americanas perdeu 2,61%, a 16,80 reais, Hypermarcas recuou 2,12%, a 12,02 reais, e Lojas Renner caiu 1,68%, a 58,45 reais.