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Comerciantes apostam no cartão para facilitar vendas

21/02/2013 11h53 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Comerciantes apostam no cartão para facilitar vendas

Mesmo sem ser maioria absolta na negociação entre o cliente e o lojista, o cartão de crédito e débito vem ganhando espaço nas vendas do comércio. Embora o dinheiro físico ainda seja o meio de pagamento mais usado no país – pesquisa da Nielsen feita no ano passado aponta que 66% dos brasileiros preferem essa opção –, o uso de cartões de débito e crédito tem crescido.

 

Para o vendedor Procópio Vaz, que tem uma banca de camelô no Centro da cidade, a instalação de uma máquina não foi satisfatória. “Usamos dois meses e começou a dar problemas, cancelamos o contrato com o banco que até hoje (ontem) não veio aqui retirar o equipamento”, relatou ao afirmar que naquele período as vendas não modificaram tanto com a inclusão do serviço.

O comerciante Eliazar Faustino já tem outra opinião: no período de um ano em que instalou a máquina de cartão percebeu que o faturamento cresceu 30%. “A cada dez vendas três são no cartão. Mas tivemos de colocar uma taxa mínima de gasto para o débito e crédito (R$ 10 e R$ 15 respectivamente). Isto é para que o juro pago pelo uso do equipamento não seja maior que a compra”, relatou.

Entre os 64 comerciantes do mercado popular no Centro da cidade, 15 já utilizam o cartão, principalmente aqueles que já estão cadastrados no Microempreendedor Individual (MEI) e já têm o CNPJ (Cadastral Nacional de Pessoa Jurídica).

Na contabilidade do comerciante Luiz Carlos Gallo, o faturamento com o cartão atingiu R$ 2,5 mil a mais no mês. “Perdia muitas vendas sem ele, nos últimos quatro meses essa história acabou”, relatou.

Sem fazer essa conta, a proprietária da loja de óculos no Mercado Municipal, Joselma Moraes, afirmou que até foi buscar informações para adotar o cartão, mas achou tudo muito burocrático.

Uma postura diferente teve o comerciante Carlos Alberto Fausto que há mais de 20 anos instalou o sistema de compra via cartão. “As vendas hoje são 65% por ele. Como o prazo que ofereço é só via cartão a tendência é que se cresça cada vez mais o uso dessa modalidade de compra”, relatou.

Fausto afirmou que dezembro em 2012 vendeu 15% a mais do que dezembro de 2011 no cartão que na época atingiu 50% do volume de negócios concretizados na loja. “Percebo que nos últimos cinco anos essa projeção de crescimento do uso do cartão vem se concretizando”, relatou.

Na contramão dessa história o proprietário de loja de sapatos, João Aristides da Silva, disse que o cartão em seu estabelecimento “esbarra” em 15%. “É uma estatística abaixo da média por conta do meu crédito próprio (carnê) que domina perto dos 70% das vendas relatou, ao explicar que a carteira de clientes é uma herança bastante fiel que vem de pai para filho.

Fábio Galon, que gerencia uma peixaria no Mercadão, já aboliu o uso de cheques para os clientes e vê no cartão a saída para facilitar as vendas. Nesse mesmo compasso, o comerciante Antônio Carlos Mota estima que o cartão já atingiu 80% das vendas na delicatessen . “A cada R$ 1 mil em vendas apenas R$ 100,00 são em dinheiro ou cheque”, relatou.

 

CARNÊS – Questionado sobre o custo que esse crédito próprio gera ao lojista, ele afirmou que está perto dos 15%. “Mas dá a possibilidade de o cliente administrar o seu orçamento, com mais flexibilidade que a dos cartões de crédito e financeiras. É mais caro para a gente, mas torna o cliente fiel à loja” relatou Aristides.

Diferente da posição de Fausto que vê nos juros pagos às instituições financeiras que gerenciam os cartões o lado mais prático para dar crédito ao cliente.

Para o comerciante que vende pequenos volumes e com preços baixos, o cartão ainda lhe parece desnecessário, como afirmou Carlos Donizetti que tem uma lanchonete próximo da Praça Santa Cruz. “Minhas vendas às vezes ultrapassam os R$ 10,00. Coloquei a máquina e percebi que estava pagando para trabalhar. Ai não dá né!”, exclamou.

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