Confiança do consumidor recua 1,0% em agosto
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas recuou 1,0 por cento em agosto na comparação com julho, ao passar de 121,6 pontos para 120,4 pontos, registrando a quarta queda consecutiva, informou a FGV nesta sexta-feira, 24. O resultado ainda marcou o menor nível desde fevereiro.
Em julho, o índice havia recuado 1,5 por cento na comparação com o mês anterior.
De acordo com a FGV, houve piora do grau de satisfação em relação ao momento atual, principalmente nos quesitos que medem a situação geral da economia.
“O consumidor está menos otimista com a situação econômica em geral. O ritmo da indústria está devagar, e a inflação de alimentos subiu. Apesar de o nível de emprego ser alto, o consumidor está preocupado e surgiu o desalento”, avaliou a economista da FGV Viviane Seda.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1,4 por cento, passando de 135,4 pontos em julho para 133,5 pontos em agosto. Já o Índice de Expectativas avançou 0,3 por cento, de 112,7 pontos para 113,0 pontos no período.
“Nos últimos quatro meses, a redução do grau de satisfação do consumidor brasileiro com a situação econômica local vem sendo o principal motivo para a queda de sua confiança”, afirmou a FGV em nota.
O indicador de situação econômica local caiu 3,4% em agosto, ao passar de 104,6 para 101,0 pontos.
A proporção de consumidores que avaliam a situação atual como boa diminuiu de 25,2 por cento em julho para 23,9 por cento em agosto. Já a dos que julgam a situação ruim aumentou de 20,6 por cento para 22,9 por cento.
Por sua vez, o indicador que mede as expectativas das famílias com a finanças pessoais aumentou 0,4 por cento, passando de 135,7 para 136,3 pontos, o que segundo a FGV colaborou para impedir uma queda mais acentuada da confiança.
“A queda na confiança foi em quase em todas as faixas de renda, com exceção da baixa renda, que tem um otimismo maior em relação aos próximos 6 meses”, completou Seda.
Na semana passada, alguns indicadores haviam dado sinais de recuperação da economia. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,75 por cento em junho frente a maio, encerrando o segundo trimestre com alta de 0,38 por cento ante o primeiro.
Ainda, as vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrar alta de 1,5 por cento em junho ante maio, muito acima da expectativa do mercado de recuo de 0,3 por cento. (reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)