Custos da Gol: Gasto com pessoal pode cair para 17%
A redução de pessoal da Gol mostra claramente que o custo deste segmento para a companhia está caindo, podendo passar de 20% do total de custos da empresa para algo entre 17 e 18% do total, segundo o vice-presidente e diretor financeiro da companhia, Leonardo Pereira.
No início de abril, a empresa anunciou que foram efetivadas 131 demissões de funcionários, o que garantia à companhia “um quadro de tripulantes condizente com as necessidades operacionais”. Somando as 46 adesões à licença não remunerada e os 238 pedidos voluntários de desligamento, o quadro da empresa foi reduzido em 208 pessoas.
O número total das demissões a serem feitas pela companhia ainda não foi decidido, mas deve haver uma definição até o final do segundo trimestre, segundo o executivo.
Em entrevista à Reuters durante o Rio Investors Day, Pereira afirmou que a maioria das vagas são de tripulantes, funcionários de call centers e aeroportos, vagas que normalmente possuem alta rotatividade e que não serão repostas. “A maioria das vagas será descontinuada”, disse.
Apesar do segundo trimestre ser sazonalmente pior para as companhias aéreas, a Gol encerrou abril com demanda maior nas comparações anual e mensal e incremento de tarifas, num mês em que a empresa reduziu suas operações domésticas após fechar o primeiro trimestre com prejuízo.
A empresa registrou em abril uma demanda 4,7% maior que em março e 0,8% acima da verificada um ano antes. Enquanto isso, sua oferta de assentos recuou 5,3% sobre março, ficando praticamente estável sobre abril de 2011.
“Estamos com foco nos voos que dão resultados. A indústria tem um problema sério que é a administração da capacidade”, afirmou. Pereira lembrou que a companhia pretende encerrar o ano com 138 aviões, abaixo de 2011, mas não quis comentar o desempenho em maio.
O executivo não se mostrou preocupado com o dólar cotado perto de 2 reais. “Já trabalhamos com o dólar perto de 4 reais. Temos 10 por cento da nossa receita em dólar e o petróleo também está caindo. O importante é a nossa capacidade de adaptação aos mais diferentes cenários”, disse.
Pereira também acredita em um “retorno consistente” do programa de fidelidade Smiles, que a empresa já afirmou que irá consolidá-la como uma companhia independente. A Gol ainda está decidindo os próximos passos em relação a este assunto.
Questionado sobre uma possível oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ele se limitou a responder “sim” sobre esta possibilidade. (edição de Carolina Marcondes)