Dólar atinge maior nível em quase 1 mês
O dólar fechou a quinta-feira, 8, no maior nível ante o real em quase um mês, depois que preocupações sobre a situação fiscal da Grécia e sobre a economia da zona do euro reduziram o apetite dos investidores por ativos de risco.
Também pesaram sobre os mercados os temores em relação ao “abismo fiscal” dos Estados Unidos, ou seja, um conjunto de aumentos de impostos e cortes de gastos automáticos que podem levar a maior economia do mundo a uma outra recessão em 2013.
Na avaliação de operadores, o dólar pode subir um pouco mais se esses fatores continuarem a afetar o humor dos investidores. No entanto, eles acreditam que a moeda continuará oscilando dentro de uma banda informal de 2,0 a 2,05 reais, com baixa volatilidade.
A moeda norte-americana encerrou em alta de 0,24 por cento, a 2,0386 reais na venda, após atingir a máximam de 2,0428 reais. Foi a segunda sessão consecutiva de alta e a maior cotação de fechamento desde o dia 11 de outubro, quando o dólar fechou a 2,0409 reais na venda.
Também foi a maior alta diária da moeda desde 29 de outubro, quando o dólar subiu 0,34 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,028 bilhões de dólares.
“Acompanhamos o movimento externo, o euro também caiu mais hoje, e o real seguiu a valorização do dólar vista no exterior. A aversão ao risco voltou aumentar com preocupações que rondam a Europa e o abismo fiscal nos EUA. São os mesmos problemas com caras novas”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.
As preocupações sobre o futuro da Grécia continuam pairando nos mercados, apesar de o país ter conseguido aprovar medidas de austeridade nesta quinta-feira. Somado à isso, dados fracos de exportação na Alemanha também mantiveram temores sobre a economia da zona do euro em geral.
Nos Estados Unidos, o debate em torno do “abismo fiscal” promete manter a volatilidade alta nos mercados internacionais até pelo menos o final do ano.
Apesar disso, analistas esperam que o mercado de câmbio doméstico continue pouco volátil devido à vigilância do Banco Central e das autoridades brasileiras, que querem que o dólar permaneça em um nível que não prejudique os exportadores, nem cause inflação.
“Vamos ver algumas altas e baixas pontuais, mas no final o dólar ainda deve ficar travado, sem muita oscilação para cima ou para baixo”, disse Galhardo.