Dólar cai e recua mais de 1% na semana
O dólar fechou em leve queda ante o real nesta sexta-feira, 8, após o Banco Central fazer um novo leilão de swap cambial tradicional, mesmo com o mercado registrando menor liquidez após o feriado na véspera.
Nesta primeira semana de junho, a moeda norte-americana ainda acumula perda de 1,16%, em grande parte pela atuação do BC e após ter subido 5,79% no mês de maio.
A divisa norte-americana caiu nesta sexta-feira 0,14% ante o real, cotada a 2,0241 reais. Durante a sessão, a moeda oscilou entre 2,04040 reais e 2,0210 reais.
Para operadores, ao fazer o swap, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, o BC quis mostrar que está atento e que não pretende fazer com que pensem que vai atuar em um mesmo patamar da moeda.
A autoridade monetária também pode estar vendo uma maior demanda de dólares, já que nos dois últimos leilões foram vendidos mais contratos de swap.
Mas, apesar das intervenções da autoridade monetária, operadores acreditam que o cenário externo mais negativo deve manter o dólar acima de 2 reais.
“O dia foi bastante atípico, já que em ponte de feriado não se esperava que o BC interviria, não teria motivo. O mercado ficou um pouco assustado e sem entender. O BC está mostrando que quer evitar oscilações bruscas… e também não está querendo marcar uma taxa. Isso mostra que ele (BC) está atento”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Galhardo lembrou que, na maioria das vezes, o BC fez leilões de swap com a moeda no patamar de 2,05 reais ou acima disso, mas que, dessa vez, atuou com a moeda um pouco abaixo, em cerca de 2,04 reais.
O BC também não tem atuado só com a moeda registrando fortes oscilações. Nesta sexta-feira, o dólar chegou a subir 0,84% acompanhando o cenário externo ainda preocupante, mas na quarta-feira, última vez em que o BC havia atuado, a moeda estava em torno da estabilidade e o leilão foi feito logo após a abertura da sessão.
Outra mudança nesse leilão de swap foi o fato de o BC ter ofertado um volume menor de contratos, até 30 mil para dois vencimentos, sendo que na maioria dos leilões anteriores ofertou até 40 mil contratos.
A demanda também foi maior, já que a autoridade monetária vendeu 68 por cento da oferta total. No leilão anterior, foram vendidos cerca de 50 por cento de uma oferta de até 40 mil contratos, mas nos demais leilões de swap estava sendo vendido cerca de um terço da oferta.
Para Galhardo, o BC não julgou necessário ofertar um volume grande de contratos, e que poderia causar muito impacto no mercado. A instituição pode estar adequando a oferta à demanda que tem sido vista, além de possivelmente ter percebido que há uma necessidade um pouco maior de liquidez, completou o gerente de câmbio.
“Talvez se entrasse com 40 mil contratos, desestabilizaria o mercado… Ele (BC) ofertou o lote ideal. Também tem pouca gente que vende dólar no mercado e pode ser que exista uma demanda mais forte do derivativo. Talvez ele tenha percebido uma demanda de mais contratos para dar liquidez no mercado futuro”, acrescentou.
O economista de um banco, e que pediu para não ser identificado, disse acreditar ainda que o BC está atuando para fazer com que o dólar não suba muito acima de 2,05 reais, além de tentar reduzir a volatilidade da moeda.
Mas a fonte também afirma que não havia muito motivo para o BC atuar em dia de baixa liquidez no mercado.