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Dólar em alta influencia viagens internacionais

22/06/2013 16h06 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Dólar em alta influencia viagens internacionais

Com o dólar ultrapassando oscilando entre R$ 2,24 e R$ 2,26 na última sexta-feira (21), as agências de turismo começam a sentir os efeitos dessa elevação. Quem não fechou o pacote de viagem ao exterior tem agido com cautela por conta desse cenário da economia.

 

A agente de viagem Alessandra Silva, da Held Turismo, confirma essa tendência. Segundo ela, as viagens para países da América do Sul se aproximam de 60% no aumento do preço. Um pacote que custava R$ 2,5 mil hoje pode chegar a R$ 4 mil. “Quem programou a viagem em fevereiro e março continua com a intenção de viajar. Agora quem procura um pacote hoje espera uma queda do dólar”, observa.

Ela exemplifica uma viagem para Bariloche, um dos destinos mais procurados no inverno, que está com ocupação de 60%. Com o dólar em baixa, esse índice, em junho, chegaria a 90%. “Diante desse cenário, a gente acredita que os destinos nacionais serão os mais procurados”, acredita.

A gerente de vendas da Clube Turismo, Aline Gementi, diz que o turista que programa viagens internacionais para janeiro e fevereiro de 2014 aguarda a queda do dólar para fechar um pacote de viagem. “Quem precisa viajar a negócios, infelizmente, não escapa dessa alta no dólar, que reflete no preço da passagem”, complementa.

Sem quantificar, Aline destaca que houve diminuição na procura por pacote turístico para a Disney. Viagens a Santiago, Argentina, entre outros países da América do Sul, em que o pagamento da passagem é feito em dólar, apresentaram redução. “Quando o dólar estava em baixa, o destino internacional era mais atrativo. Com essa elevação, esperamos uma procura maior pelas viagens nacionais, principalmente para Gramado no inverno e para o Nordeste”, projeta.

 

Indústria deve sentir efeitos positivos e negativos da alta do dólar

Para o economista Paulo Cereda, a indústria pode se beneficiar dessa elevação do dólar, principalmente para quem exporta seus produtos. “O exportador mantém seu preço em real e obtém o lucro em dólar”, afirma.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que de janeiro a abril houve queda nos índices de exportação em São Carlos – 15,6% – na comparação com o mesmo período do ano passado.

Enquanto em 2012 a cidade exportou US$ 108 milhões, no primeiro quadrimestre de 2013, o envio de produtos para outros países ficou em US$ 91,1 milhões. Em contrapartida, as importações cresceram 39,2% no mesmo período de comparação. Passaram de US$ 60,9 milhões para US$ 84,6 milhões.

 

“Quem utiliza insumos cujo valor é cotado em dólar sofre os efeitos dessa elevação”, frisa o economista. Segundo Cereda, esse não é o momento de prever por quanto tempo o dólar permanecerá em patamar elevado.

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