Dólar fecha com leve alta
O dólar fechou apenas com leve alta ante o real nesta sexta-feira, 11, com a moeda norte-americana acompanhando a volatilidade vista no cenário externo em um dia de baixo volume financeiro, e com operadores mais cautelosos perto do fechamento da sessão.
Na semana, no entanto, o dólar ainda acumulou alta de mais de 1%, subindo 1,56%, também seguindo o cenário de maior aversão ao risco no exterior e completando nove pregões sem que o Banco Central intervenha no mercado de câmbio.
A moeda norte-americana subiu 0,20%, cotada a 1,9560 real na venda, mantendo a maior cotação desde 14 de julho de 2009. Ao longo da sessão, a moeda oscilou entre 1,9395 real e 1,9653 real.
“O mercado teve volatilidade, mas no final acabou caminhando para a estabilidade, com um volume bem pequeno. Acompanhamos um pouco lá fora”, afirmou o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado.
Pela manhã, o dólar chegou a subir ante o real. Durante a tarde, no entanto, passou a cair e a ampliar perdas. Mais perto do fechamento, acabou por ficar próximo da estabilidade. Seguiram esse movimento as principais bolsas internacionais e outras moedas.
Às 17h15 (horário de Brasília), ante uma cesta de divisas, o dólar apresentava, por exemplo, alta de 0,21%.
As preocupações com a Grécia e com países da zona do euro tem mantido os investidores cautelosos. Os últimos esforços para formação de um governo grego após as eleições do último domingo encontram dificuldades, enquanto Espanha e França ficaram sob intensa pressão da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia)
O operador ouvido pela Reuters diz acreditar ainda que os investidores podem ter sido mais cautelosos no final da semana, e que vão preferir esperar o que pode acontecer na próxima, com a moeda, por enquanto, se mantendo perto do patamar de 1,95 real.
“Parece que o mercado não está querendo fugir muito desse patamar de 1,95 real”, completou Amado.
Em relação à alta de mais de 1 por cento acumulada na semana, o operador afirmou que o quadro internacional negativo também prevaleceu para a valorização do dólar ante o real, o que pode ter sido acompanhado por uma diminuição do fluxo de entrada de dólares.
A dúvida agora seria quando o BC pode atuar vendendo a divisa norte-americana, para evitar uma valorização excessiva da moeda.
“Havia uma expectativa de que talvez o BC vendesse dólar no patamar de 1,95 real, mas esse patamar já foi rompido. O BC pode deixar o câmbio subir mais”, disse um economista que prefere não ser identificado.
Segundo ele, a dúvida agora é se, perto de 2 reais, a autoridade monetária chegará a vender dólares, ao enxergar uma possível pressão inflacionária maior.
No entanto, até o momento o governo está indicando que não vê essa pressão. Membros da equipe econômica, com declarações principalmente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, indicaram na quinta-feira que não projetam na alta do dólar um problema à trajetória da inflação.