Dólar fecha quase estável com mercado atento ao BC
O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta quarta-feira, 9, com volatilidade reduzida pela percepção de que o Banco Central manterá a moeda norte-americana numa faixa estreita de negociação, ligeiramente acima de 2 reais.
Mais cedo, fluxos pontuais de saída de dólares do país levaram a moeda norte-americana a subir ante o real.
A moeda norte-americana encerrou com variação negativa de 0,03 por cento, a 2,0373 reais na venda. Durante o dia, o dólar oscilou entre 2,0360 reais e 2,0464 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de cerca de 2,93 bilhões de dólares.
Ante outras moedas latino-americanas, o dólar caiu devido à melhora do apetite por risco de investidores estrangeiros. Às 17h27, o dólar recuava 0,5 por cento frente o peso mexicano, por exemplo.
“O dólar deve ficar em torno de 2,03 reais, acompanhando o fluxo e sem ter grandes ralis para um lado ou outro”, disse o especialista em câmbio da Icap Corretora Italo dos Santos, acrescentanto que o fluxo de saída visto na parte da manhã já não pressionava mais a moeda durante a tarde.
Dados divulgados mais cedo pelo BC mostraram que houve saída líquida de 84 milhões de dólares do país no início de janeiro. Mas há a expectativa de que o fluxo se torne positivo nas próximas semanas, com maior entrada de dólares no país.
“Acredito que esse fluxo negativo ainda foi um pouco reflexo do final do ano. Esperamos que ele volte ao normal ao longo de janeiro”, disse Santos.
Novos sinais de que o BC continuará a manter o câmbio ligeiramente acima de 2 reais vieram na terça-feira, quando uma fonte do BC informou à Agência Estado que, com o dólar em torno de 2,02 reais naquele momento, a autoridade monetária não rolaria os leilões de linha que vencem nos próximos 60 dias.
Tais leilões, que consistem na venda de dólares com compromisso de recompra, foram feitos em dezembro passado para dar maior liquidez ao mercado cambial durante um período de maior escassez da divisa.
Por outro lado, o mercado também acredita que a autoridade monetária não quer o dólar muito acima de 2,05 reais devido a possíveis repasses à inflação.
