Dólar sobe 0,13% sem atuação do BC
O dólar fechou em leve alta ante o real nesta quinta-feira, 26, após ficar praticamente estável no encerramento das últimas duas sessões, em um dia sem atuação do Banco Central e com o câmbio refletindo também a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de acordo com operadores.
A moeda norte-americana fechou em leve alta de 0,13% frente ao real, cotada a 1,8860 real na venda. Ao longo da sessão, a divisa oscilou entre 1,8785 real e 1,8914 real.
Na avaliação de profissionais do mercado, a ata da última reunião do Copom deixou em aberto a possibilidade de novas quedas da Selic, o que tornaria a taxa básica de juros brasileira menos atrativa ao capital externo.
“Alguns players aproveitaram para zerar posições e ajustar porfólios, após a ata do Copom. Ela teve impacto no câmbio também, já que a Selic menor reduziria a atrativade da taxa de juros”, disse um operador que pediu para não ser identificado.
Com esse ajuste, segundo o operador, o movimento do dólar ante o real também descolou do exterior, onde a divisa norte-americana está caindo com uma melhora dos mercados. Ante uma cesta de divisas, por exemplo, a moeda tinha queda de 0,10% às 17h18 (Brasília).
O dólar operou em alta no Brasil na maior parte do dia, também com o mercado atento a uma provável atuação do BC. Em torno das 16h, próximo do horário em que o BC costuma intervir no mercado, a divisa norte-americana chegou a perder ganhos e ficar perto da estabilidade.
Dessa vez, no entanto, a autoridade monetária optou por não atuar, ao contrário do registrado nas duas últimas sessões, quando o BC realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista por pregão.
O gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, também destacou que outras moedas se desvalorizaram ante o dólar, e que com a divisa norte-americana no patamar de 1,88 real, o BC decidiu não intervir.
“Acho que ele não atuou justamente porque a moeda já estava subindo um pouco. Se a intenção é manter a taxa em alta, não haveria motivos para ele (o BC) entrar”, disse.
Segundo uma fonte da equipe econômica ouvida pela Reuters, o governo tem visto uma “janela de oportunidade” para levar o dólar a um patamar mais próximo a 1,90 real, diante de um cenário externo mais negativo e sem números preocupantes de inflação.