Dólar sobe 0,14% após leilão de swap reverso do BC
O dólar fechou em leve alta ante o real nesta terça-feira, 23, após o Banco Central ter realizado logo no início do pregão um leilão de swap cambial reverso para rolar contratos que vencem no início de novembro.
A moeda norte-americana reduziu um pouco seus ganhos ao longo da sessão, mostrando ainda pouco interesse dos investidores em fazer grandes operações, com parte deles testando se o BC realizará um novo leilão para rolar o restante dos contratos que estão para vencer.
O dólar avançou 0,14 por cento, a 2,0280 reais na venda. Durante a sessão, a divisa oscilou entre 2,0255 reais e 2,0320 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado no mercado foi de cerca de 2,416 bilhões de dólares.
“Nem a atuação do BC e uma valorização do dólar lá fora seguraram a moeda acima de 2,03 reais… Pode ser que o BC volte a atuar, mas acho que só se o dólar ameaçar cair mais”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.
“O próprio mercado pode estar testando se o BC entraria de novo com um leilão… Mas os investidores ainda não têm muito interesse em mexer em um mercado com forte presença do governo. Acho que o dólar vai continuar engessado”, acrescentou.
A autoridade monetária vendeu 33 mil da oferta de até 60 mil contratos de swap cambial reverso – operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro – no leilão realizado nesta terça-feira, com o objetivo de rolar até 59.800 contratos com vencimento em 1º de novembro. Com isso, foram rolados 55,2 por cento dos papéis que vencem na data.
Por se tratar apenas de uma substituição de contratos, o efeito sobre a cotação do dólar também é limitado, mas evidencia a determinação do BC em manter a moeda norte-americana acima do piso informal de 2,00 reais.
O BC interveio com força em meados de setembro para evitar que o dólar ficasse abaixo desse piso, repetindo a ação no início de outubro, desta vez com o dólar em um nível um pouco mais distante do piso, cotado em torno de 2,016 reais.
Operadores ainda dizem acreditar que a demanda pelos contratos de swap não foi forte porque o mercado está com receio de apostar na valorização da moeda norte-americana e de tomar mais contratos de swap.
“Com poucas perspectivas de mudança de cenário, os agentes desistiram de ficar defendendo um dólar um pouco mais alto… Parece que o mercado também está equilibrado, não vendo necessidade de tomar mais contratos”, acrescentou Galhardo.
As últimas atuações do BC e o desejo do governo de manter o dólar acima de 2 reais como forma de proteger a competitividade da indústria já têm tirado o interesse de operadores no mercado de câmbio, reduzindo a volatilidade e o volume de negócios.
Dessa forma, o cenário externo negativo dessa sessão, com preocupações com a Espanha e resultados corporativos fracos nos Estados Unidos, não afetou novamente a trajetória do dólar ante o real.
Com o pessimismo externo, a moeda norte-americana subia 0,35 por cento ante uma cesta de divisas, enquanto o euro caía 0,60 por cento frente ao próprio dólar, às 17h35 (horário de Brasília).