Dólar sobe 0,32%, a R$1,9773, por incertezas sobre eleição na Itália
O dólar encerrou fechou a segunda-feira, 25, em alta frente ao real, após registrar vai e vem durante o dia, pressionado por incertezas sobre os resultados das eleições na Itália.
A moeda norte-americana fechou com alta de 0,32 por cento a 1,9773 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 3,375 bilhões de dólares.
Frente a uma cesta de moedas, no final da tarde, o dólar subia 0,15 por cento, enquanto o euro caía 0,75 por cento ante à divisa dos Estados Unidos.
Investidores passaram a comprar dólares após levantamentos preliminares sobre o pleito italiano indicarem a possibilidade de que um Parlamento dividido sirva de obstáculo para reformas econômicas e ameace a estabilidade na zona do euro, alimentando a aversão ao risco.
“O mercado está acompanhando a Europa por causa das eleições”, disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel. “O mercado acha que o ideal era que o (atual primeiro-ministro italiano, Mario) Monti continuasse, mas parece que isso não vai acontecer”.
As últimas projeções sobre as eleições italianas indicam que nenhum dos grupos que disputam o pleito deve conseguir uma maioria no Senado.
As notícias impulsionaram a moeda norte-americana, que chegou a atingir alta de 0,39 por cento contra o real, a 1,9785 real na máxima do dia.
Na abertura dos negócios, no entanto, declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegaram a levar a moeda norte-americana a cair 0,35 por cento ante ao real, a 1,9640 real, na mínima do dia.
Após isso, o dólar começou a subir novamente, seguindo o mau humor nos mercados externos. Durante a tarde, no entanto, o dólar voltou a cair novamente, mas invertendo o movimento logo depois para fechar com alta.
Em entrevista ao Wall Street Journal no domingo, Tombini voltou a expressar preocupação com os preços, dizendo que a inflação tem apresentado mais resiliência do que o esperado. Mais tarde, em evento em Nova York, ele afirmou que a autoridade monetária vai reagir a volatilidade nos mercados de câmbio e que quer ancorar as expectativas de inflação.
As declarações alimentaram especulações de que o governo pode tolerar o dólar mais fraco para conter pressões inflacionárias.
“O governo já usou, está usando e irá usar o dólar como instrumento para conter parte da inflação”, disse um operador de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ser identificado.
Embora Tombini tenha reiterado que o câmbio não é uma ferramenta de controle da inflação, o mercado entende que a equipe econômica não quer o dólar muito acima de 1,95 real.
Analistas têm especulado que o governo estabeleceu uma banda informal de entre 1,95 real e 2 reais para a moeda norte-americana com o objetivo de reduzir o custo de produtos importados.
“O BC está encontrando um patamar confortável”, disse o operador de câmbio da Renascença José Carlos Amado. “O BC não quer muita volatilidade, mas se o mercado ficar ali em 1,96 real, 1,98 real, ele vai ficar satisfeito”.