Dólar sobe 1,60% na semana
O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, 20, interrompendo cinco sessões de alta consecutivas, com correções técnicas e o mercado testando os patamares de atuação do Banco Central, segundo operadores. Na semana, no entanto, a moeda norte-americana registrou alta de mais de 1,50%, justamente pela forte presença da autoridade monetária.
Nesta sessão, o BC realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista, após ficar de fora do mercado na véspera, quando a moeda chegou próxima ao patamar de 1,90 real. Desde quinta-feira da semana passada, no entanto, a autoridade monetária vinha fazendo dois leilões no mercado à vista por sessão.
A divisa fechou em queda de 0,64% ante o real nesta sexta-feira, cotada a 1,8695 real na venda, oscilando entre 1,8620 e 1,8877. Na semana, porém, com essa forte atuação do BC ao longo dos dias, a moeda registrou valorização de 1,60%.
“Ontem o dólar subiu sozinho e BC decidiu não atuar. Já hoje, como a moeda já estava caindo, acho que ele tentou impedir uma queda maior e fez um leilão”, disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.
Com essa parada de leilões na véspera, Trabbold acredita que nesta sexta-feira o mercado ficou testando patamares mais baixos do dólar, para tentar descobrir com qual cotação o BC interviria. Tanto que o dólar chegou a cair mais de 1% ante o real durante a tarde.
“O mercado fica procurando essa informação e quando (o dólar) estava em torno de 1,87 real, ele fez um leilão. Pode ser que o mercado comece a achar que é em torno de 1,87 (real)”, disse.
O operador ainda citou que é normal que a moeda tivesse um dia de correção, caindo depois de várias altas seguidas.
Outro operador, que prefere não ser identificado, concorda e acredita que o BC também pode ter visto um fluxo de entrada de dólares no país e entrou no mercado para evitar valorizações.
“A moeda continua sendo afetada por essa atuação do BC, vamos ver nos próximos dias se ele vai atuar novamente em 1,87 real. Ele pode ter vista algum fluxo também.”, afirmou.
Para o operador, o mercado pode entender ainda que o BC não deseja a moeda próxima de 1,90 real, mas não quer fique muito abaixo de 1,87 real.