Economia brasileira vai se intensificar no 2º semestre
A recuperação da economia brasileira se materializa de forma “bastante gradual” por conta das dificuldades do cenário externo, mas a atividade tende a se intensificar neste semestre por conta da demanda interna, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 3.
De acordo com o Boletim Regional da autoridade monetária divulgado em Salvador, a intensificação do crescimento econômico deve-se também aos efeitos das ações de política recentemente implementadas.
O BC já reduziu em 4,5 pontos percentuais a taxa básica de juros do país desde agosto passado, para a mínima recorde de 8 por cento ao ano, e o governo lançou uma série de medidas para estimular o consumo e os investimentos do setor industrial.
“O ritmo de atividade tende a se intensificar neste semestre, sustentado pela demanda doméstica, especialmente, o consumo das famílias, em ambiente de confiança elevada, crescimento da renda e expansão moderada do crédito”, traz o documento.
Ao apresentar os dados do documento, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, reforçou que a trajetória de inflação vai convergir para o centro da meta –de 4,5 por cento pelo IPCA -, com o crédito crescendo de maneira moderada.
O BC prevê que a economia brasileira crescerá 2,5 por cento neste ano, abaixo, portanto, dos 2,7 por cento do ano passado. Essa estimativa reflete as dificuldades da economia brasileira ganhar força.
Em maio, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) indicou que a economia registrou leve contração de 0,02 por cento na comparação com abril, com ajuste sazonal. Em 12 meses, o avanço com ajuste em maio é de 1,27 por cento. No primeiro trimestre deste ano, o indicador registrou leve alta de 0,54 por cento.
Nos primeiros cinco meses do ano, o crescimento econômico chegou a 0,85 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o Boletim Regional, o desempenho reflete a redução da atividade industrial sobretudo no Sudeste, a frustração com a safra agrícola, além dos efeitos das incertezas no cenário internacional.
“As condições favoráveis do mercado de trabalho, o crescimento da renda, o crescimento moderado do crédito, bem como a confiança dos consumidores, tendem a sustentar a expansão da demanda”, informou o BC no relatório.
Mas o BC notou que a moderação da atividade econômica está espalhada nas cinco regiões brasileiras por conta do arrefecimento de vendas no varejo e da produção industrial.