Emprego na indústria brasileira cai 0,3%
A indústria brasileira continua sofrendo e sem dar sinais importantes de recuperação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego no setor caiu pelo segundo mês seguido em abril ao registrar contração de 0,3% sobre março, e recuou 1,4% na comparação com igual mês de 2011.
Na comparação anual, esse foi o sétimo resultado negativo consecutivo e o mais intenso desde dezembro de 2009, quando foi registrada queda de 2,4%, segundo informou o IBGE nesta terça-feira, 12.
“O mercado de trabalho industrial acompanha o resultado da produção, que perde dinamismo desde o ano passado. Os fatores que afetam a produção são os mesmos que rebatem no emprego industrial, como alto nível de estoques, dificuldade para competir com importados, problemas para colocar produtos lá fora, menor demanda interna, e outros”, disse à Reuters o economista do IBGE André Macedo.
A produção industrial já dava sinais de fraqueza, ao recuar 0,2% em abril frente a março, de acordo com dados recentemente divulgados pelo IBGE. Foi a segunda queda seguida e a terceira variação negativa mensal no ano.
“Algumas medidas de estímulo foram adotadas pelo governo, mas seus efeitos são pontuais em alguns setores. É preciso esperar para ver como esse efeito vai se comportar no setor industrial. A atividade industrial ainda não reagiu”, completou Macedo.
Em abril, o contingente de trabalhadores sofreu redução em nove das 14 áreas pesquisadas na comparação com o mesmo mês de 2011, sendo que o principal impacto negativo veio de São Paulo, com queda de 3,6%.
O índice acumulado nos quatro primeiros meses de 2012 recuou 0,9% na comparação com igual período do ano anterior, com taxas negativas em oito dos 14 locais, com destaque mais uma vez para São Paulo, que registrou recuo de 3,2%.
No acumulado dos últimos 12 meses houve perda de 0,1% em abril passado, primeiro resultado negativo desde julho de 2010, dando prosseguimento à redução no ritmo de crescimento iniciada em fevereiro de 2011 (3,9%), destacou o IBGE.
Por sua vez, o número de horas pagas caiu 0,8% em abril em relação a março, segunda taxa negativa. Na comparação com abril de 2011, o número de horas pagas recuou 2,1%, oitavo recuo consecutivo e o mais intenso desde novembro de 2009, quando foi de 3,1%.
O mau desempenho da indústria ajuda a puxar a atividade do país para baixo. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,2% quando comparado com o quarto trimestre de 2011.
Apesar dos esforços do governo, o setor industrial ainda patina e, por isso, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff continua dando sinais de que mais medidas de estímulo devem vir para garantir a recuperação econômica
O Banco Central também tem atuado para tentar recuperar a economia. No final de maio, reduziu a Selic em 0,50%, para o recorde mínimo de 8,50% ao ano, e deixou a porta aberta para mais cortes “com parcimônia.” (reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)