Entre agosto de 2011 e outubro de 2012 juros caem 42%
Após reunião realizada na última quarta-feira (10), Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu mais uma vez diminuir a taxa básica de juros (Selic). É a décima vez consecutiva que a opção do Copom é reduzir a Selic; redução que de agosto de 2011 a outubro de 2012 acumulou uma queda de 42% (12,50% ao ano para os atuais 7,25%).
O anúncio da decisão do Copom provoca reações de grandes entidades econômicas e sociais: Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Confederação Nacional da Indústria. Mas o que é Selic? E como o aumento ou diminuição dela pode afetar o consumidor?
“SELIC vem do termo Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, e é a taxa básica de juros que o governo usa para conduzir a política monetária. Ela remunera os títulos públicos que o Banco Central vende às instituições financeiras, e por isto indica o custo de captação de recursos dos bancos. Quanto mais baixa a SELIC, menor o custo de captação dos bancos”, explica a economista Paula Velho, professora da Unicep.
Quando há um aumento da taxa básica de juros significa que o governo retirou dinheiro da economia, o que torna os recursos disponíveis para o crédito mais caros. A Selic é, pois, uma medida das outras taxas de juros, como a do cheque especial, por exemplo.
Juros altos tendem a provocar uma diminuição do consumo, o que afeta a produção, o comércio, e o mercado de trabalho. Mas a diminuição do consumo é, por outro lado, uma forma de controlar a inflação: “Nos últimos anos, a SELIC tem servido como meta operacional do governo na condução da política monetária. Quando há indícios de elevação da inflação, O Copom (Comitê de política Monetária) se reúne e eleva a taxa Selic para reduzir o consumo e os preços”, explica a economista.
Quanto à diminuição da taxa, Paula Velho afirma: “Imagina-se que Selic menor implica em crédito mais barato e consumo maior. Cabe ressaltar, no entanto, que as peculiaridades do nosso sistema financeiro impendem que a redução dos juros ao consumidor final se deem na mesma proporção da queda da SELIC”.
Em outras palavras, uma diminuição de 42% da Selic não significa uma redução proporcional dos juros cobrados aos consumidores.