Espanha prepara corte de gastos em saúde
O novo governo de centro-direita da Espanha iniciará suas mais sensíveis medidas de austeridade até agora -cortes de gastos em saúde e educação nas regiões autônomas do país- assim que transpuser o obstáculo de uma eleição local no final de março.
Cortes em serviços sociais devem deflagrar protestos de rua, na medida em que a Espanha luta para poupar pelo menos 30 bilhões de euros neste ano para atingir as duras metas europeias de redução de déficit, enquanto a economia encolhe e quase um entre quatro espanhóis estão desempregados.
Até agora, o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, anunciou uma redução de 40% em infraestrutura e outros investimentos, um corte de 12% em gastos dos ministérios do governo central e cortes acima de 30% em dispensas temporárias de empregados e salários em empresas públicas.
Agora, na linha de fogo estão os orçamentos controlados pelas 17 regiões autônomas, que incluem universidades públicas de baixo custo e sistemas de saúde universais de alta qualidade, com quase nenhum período de espera.
Em 25 de março, o Partido do Povo, que assumiu o governo central em dezembro, deve ganhar as eleições na populosa região autônoma de Andaluzia, derrubando a última fortaleza socialista na Espanha e selando o seu controle em quase todas as 17 regiões e na maioria dos municípios.
“A guerra começa em abril”, disse um congressista do Partido do Povo, que não quis ser identificado.
O congressista disse que os planos do governo para aprovar reformas em abril darão a líderes regionais o poder de aumentar as taxas universitárias, que atualmente cobrem cerca de 20% dos custos, ou cobrar taxas conhecidas como co-pagamentos para visitas dos médicos.
Ele disse que a reforma do mercado de trabalho decretada pelo governo em fevereiro já deu aos líderes regionais o poder de decretar dispensas temporárias coletivas de empregados do setor público que não são servidores públicos, como professores, por exemplo.