Exportação recorde de milho não afetará oferta no país
O volume recorde de milho exportado não deverá afetar o abastecimento interno do Brasil, afirmou o Ministério da Agricultura em nota divulgada nesta terça-feira, 4.
As exportações de milho do Brasil em agosto totalizaram um recorde mensal de 2,76 milhões de toneladas, com os exportadores escoando uma grande safra em meio aos altos preços dos grãos no mercado internacional.
Além disso, a quebra de safra dos Estados Unidos, como resultado da forte seca que atingiu o país, elevou a demanda externa pelo produto brasileiro.
Segundo o diretor de Comercialização do ministério, Edilson Guimarães, o volume embarcado está dentro da previsão para as exportações do ano e, portanto, não comprometerá o fornecimento do produto para avicultores e suinocultores do país.
O anúncio foi feito um dia depois de o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) afirmar que o grande volume das exportações levaria o governo a monitorar os embarques dos produtos que registraram recordes de vendas, como o milho.
“Existem comentários de que as exportações é que estão fazendo o preço subir no mercado interno. Isso não é verdade. O preço está alto por diversas razões, principalmente a perda de 100 milhões de toneladas provocada pela seca nos Estados Unidos. Não temos como controlar isso”, disse Guimarães, em nota.
No acumulado do ano, o Brasil exportou 6,26 milhões de toneladas de milho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), alta de 37 por cento ante o mesmo período do ano passado.
O ministério afirmou ainda que o país deverá fechar o ano com o maior estoque de milho de sua história, de cerca de 13 milhões de toneladas, após a safra recorde.
Segundo Guimarães, a produção brasileira somada aos estoques iniciais deverá disponibilizar 78 milhões de toneladas do grão neste ano. O consumo interno está estimado em 50 milhões de toneladas e as vendas externas em 15 milhões de toneladas, um volume também recorde.
O diretor lembrou que o governo vem tomando medidas para amenizar os prejuízos dos produtores de aves e suínos, que sofrem com custos maiores.
“Entre as ações que já foram promovidas estão a liberação de 200 mil toneladas (com previsão de mais 250 mil toneladas) e de 400 mil toneladas para venda balcão nas regiões Sul e Nordeste, respectivamente, e leilões de Valor de Escoamento de Produto (VEP) de 30 mil toneladas cada”, disse o ministério e nota.