Fundecitrus fecha postos na região
Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), associação criada e mantida pelos citricultores paulistas, anunciou o fechamento de três unidades na região, pontuado por um processo de reestruturação de suas atividades. Com isso, os Centros de Apoio Fitossanitários (CAFs) de Avaré, Araras e Olímpia deixam de funcionar e os trabalhos passam a ser concentrados na sede de Araraquara.
Em nota, o Fundecitrus disse que a sua missão é de assegurar a sanidade do parque citrícola, inspecionando os pomares do Estado de São Paulo para detectar a presença de cancro cítrico. “Este trabalho foi desenvolvido por meio de um convênio entre o Fundecitrus e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e manteve, durante toda a sua vigência, a doença em níveis abaixo de 1%”, diz o texto.
No entanto, o convênio não foi renovado em 2009, e, desde então, o Fundecitrus passou a apoiar o citricultor por meio da transmissão de informações geradas pelo seu centro de pesquisa, um dos maiores do mundo em doenças de citros.
Uma série de demissões foi feita, principalmente de inspetores de campo, mas a associação ainda não consolidou o número de funcionários desligados.
A citricultura sofre a pior crise de sua história segundo produtores da região. Com o preço de custo da caixa da fruta girando em torno de R$ 10,00, e a indústria de suco evitando a compra do produto, ou então pagando metade do custo de produção (R$ 5,00) por caixa, os cerca de 6 mil citricultores do Estado de São Paulo enfrentam circunstâncias muito semelhantes aos da Região Central do Estado.
Os fatores que criaram essa situação, segundo os produtores, variam e vão de aspectos técnicos ao contexto econômico global: o aumento de cerca de 10% no custo de produção (fertilizantes, inseticidas, mão-de-obra, transporte) em relação ao ano passado, a diminuição das exportações para a Europa em razão da crise ali instalada, as restrições dos EUA à laranja brasileira motivadas pelo uso de carbendazim (fungicida proibido pelas autoridades norte-americanas e utilizado nos laranjais nacionais), a superprodução que marcou a safra de 2011 e a grande quantidade de suco de laranja ainda em estoque nas indústrias são apontados como traços que delineiam a face da crise que o setor enfrenta atualmente.
Lourival Carmo Mônaco, presidente do Fundecitrus, disse que está assistindo a marcantes mudanças no agronegócio. “O setor de citros também tem vivido mutações em todos os elos da cadeia produtiva. Não podemos pensar a citricultura sem intenso envolvimento de todos esses elos. O momento é de integração. Diante disso, o Fundecitrus reconhece a necessidade de integrar de forma mais intensa os processos de geração do conhecimento, desenvolvimento tecnológico e inovação e sua transmissão eficaz aos produtores”, conclui. (com Assessoria de Imprensa)