Ibovespa descola do exterior e avança 1,3%, puxado por Vale
A Bovespa descolou dos mercados externos e fechou o pregão desta segunda-feira, 8, em alta, impulsionada pelo avanço das ações da Vale, que se beneficiaram com a forte valorização do minério de ferro no mercado internacional.
O Ibovespa subiu 1,27 por cento, a 59.317 pontos, em mais um pregão de fraco giro financeiro. Foram movimentados 5,8 bilhões de reais na Bovespa, abaixo da média diária de 2012, reflexo também do feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos.
“Estamos vendo um movimento corretivo na Bovespa”, disse o estrategista da FuturaInvest em Salvador, Adriano Moreno, citando que enquanto o Ibovespa acumulou queda nas três últimas semanas, os índices dos EUA encostaram nas máximas históricas.
A valorização das ações da Vale sustentou o Ibovespa no campo positivo nesta segunda-feira, na esteira da forte alta dos preços do minério de ferro, com a China –maior consumidor do produto– voltando ao mercado após uma semana de feriado.
O índice de referência do minério com teor de ferro 62 por cento fechou a 110,40 dólares por tonelada, alta de 6,2 dólares, de acordo com o Steel Index.
Com isso, a preferencial da Vale subiu 2,94 por cento e a ordinária teve alta de 3,31 por cento. A MMX, mineradora do empresário Eike Batista, avançou 6,71 por cento e foi a segunda maior valorização do Ibovespa.
A ação da companhia de diagnósticos Dasa liderou os ganhos do índice, com alta de 7,69 por cento, a 14,00 reais, puxada anúncio da compra da Amil Participações pela norte-americana UnitedHealth. Os principais acionistas da Dasa são também os fundadores da Amil.
As ações da Amil, que não fazem parte do índice, saltaram 15,26 por cento, a 29,16 reais, aproximando-se do patamar de 30,75 reais que a UnitedHealth pagará por cada ação da companhia brasileira –o valor inclui um prêmio de 21,5 por cento sobre o fechamento da ação da Amil na sexta-feira.
No setor de petróleo e gás, a OGX, também de Batista, subiu 2,88 por cento, a 5,71 reais, enquanto a preferencial da Petrobras avançou 0,72 por cento, a 22,41 reais.
Em sentido oposto, o setor bancário limitou a recuperação do Ibovespa. Banco do Brasil perdeu 2,98 por cento, a 22,80 reais, após ter anunciado redução de tarifas e preços de pacotes em até 34 por cento a partir do dia 15.
Na cena externa, pesou nos mercados o corte das projeções do Banco Mundial para o crescimento da economia chinesa –de 8,2 por cento para 7,7 por cento em 2012–, renovando temores com o ritmo de atividade global.
Em Wall Street, o índice Dow Jones teve queda de 0,19 por cento. Mais cedo, o principal índice europeu de ações fechou em baixa de 0,96 por cento.
A crise da dívida da zona do euro segue no foco dos investidores, com a reunião de ministros da região assim como o início da temporada de resultados corporativos do terceiro trimestre nos EUA.
Para o estrategista da FuturaInvest, a Bovespa pode conseguir buscar recuperação mais consistente se a safra de balanços dos EUA mostrar resultados melhores que o esperado.
“Se a gente tiver ventos bons vindos de fora, acredito que a Bovespa tem espaço para reagir”, disse Moreno.
