IGP-DI tem deflação de 0,06% em abril após alta em março
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,06 por cento em abril, após alta de 0,31 por cento em março, em meio à queda dos preços no atacado e à desaceleração no varejo, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira, 8.
O resultado ficou abaixo da expectativa em levantamento da Reuters, de variação positiva de 0,05 por cento em abril segundo a mediana de 23 previsões.
Com o resultado, o índice acumula em 12 meses alta de 6,83 por cento, ante 7,97 por cento nos 12 meses até março.
Em meio a preocupações com a inflação, mas mantendo o tom de cautela, o BC elevou a Selic em abril em 0,25 ponto percentual, para 7,50 por cento.
Agora, o mercado aguarda a divulgação dos dados de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que o IBGE divulga ainda nesta quarta-feira, às 9h.
ATACADO
Em abril, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) registrou deflação de 0,39 por cento, após apresentar alta em março de 0,12 por cento. O índice calcula as variações de preços de bens agropecuários e industriais nas transações em nível de produtor e responde por 60 por cento do IGP-DI.
Entre a origem dos produtos, os agropecuários registraram queda de 2,69 por cento, ante recuo de 0,72 por cento em março. Já os industriais tiveram avanço de 0,51 por cento, ante alta de 0,46 por cento no mês anterior.
Em relação aos estágios de produção, o índice relativo a Bens Finais apresentou variação positiva de 0,40 por cento em abril, desacelerando ante a alta de 1,18 por cento no mês anterior.
O índice do grupo Bens Intermediários mostrou recuo de 0,26 por cento, ante queda de 0,17 por cento em março. Já em Matérias-Primas Brutas foi registrada deflação de 1,50 por cento em abril, após variação negativa de 0,78 por cento no mês anterior
VAREJO
Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), registrou alta de 0,52 por cento, desacelerando ante o avanço de 0,72 por cento em março. O índice mede a evolução dos preços às famílias com renda entre um e 30 salários mínimos mensais e corresponde a 30 por cento do IGP-DI.
Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição para este movimento foi do grupo Alimentação, com alta de 0,95 por cento em abril após avanço de 1,31 por cento no mês anterior.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) avançou 0,74 por cento em abril, após alta de 0,50 por cento em março. O índice representa 10 por cento do IGP-DI.
O item Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,50 por cento, ante 0,48 por cento em março. O índice que representa o custo da Mão de Obra variou 0,95 por cento, acima dos 0,52 por cento de março.
O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais, sendo o indexador das dívidas dos Estados com a União. O índice também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.