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Inadimplência já atinge 7,6% em 2012

31/05/2012 08h03 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Inadimplência já atinge 7,6% em 2012

Hoje não é difícil encontrar casos de pessoas e famílias com problemas de crédito pelo mau uso do cheque especial e dos cartões de crédito. Em 2011 o percentual de famílias endividadas superou 64%. Já a inadimplência atingiu 7,6% em abril de 2012, segundo o Bacen (Banco Central).

Para o professor e economista Claudio Paiva, da UNESP de Araraquara, a abundância da oferta de crédito pelas instituições financeiras associada a uma demanda reprimida e a falta de educação financeira tende a conduzir as famílias para o inadimplemento, quando os compromissos financeiros ultrapassam a renda mensal, com isso ocorre a incorporação da oferta de crédito do cartão e do cheque especial ao orçamento mensal das famílias.

O ponto preocupante deste fato é que a situação financeira nem sempre permanece sob controle, pois o que aparentemente está tranquilo poderá se tornar rapidamente um pesadelo financeiro no momento em que um imprevisto ocorra, como, por exemplo, a perda do emprego. Com isso todas as dívidas pessoais tornam-se um desafio no orçamento mensal. As taxas cobradas pelo cartão de crédito e pelo cheque especial ainda são excessivas, e o parcelamento ou pagamento do mínimo da fatura, faz com que a possibilidade do consumidor não honrar os compromissos financeiros assumidos se torne enorme.

Segundo o economista, no Brasil a possibilidade de uma família tornar-se inadimplente é muito superior ao resto dos países desenvolvidos. Mesmo após o fim do processo hiperinflacionário, as Instituições financeiras do país conservaram estratégias do período inflacionário, com a cobrança de taxas muito superiores as condizentes com o período de baixa inflação.

“Recomenda-se, diante desse quadro, que antes de contratar um empréstimo, o consumidor pesquise as diversas opções de financiamento e taxas existentes no mercado, exigindo das Instituições o Custo Efetivo Total (CET), que resume em uma única taxa todos os encargos e despesas previstas na operação de empréstimo. Após o levantamento das melhores opções, o consumidor terá ainda que analisar se os compromissos financeiros assumidos são adequados ao seu orçamento”, explica Paiva.

Para o ano de 2012 a previsão é que a inadimplência aumente, uma vez que a geração de novos postos de trabalho na economia brasileira está reduzindo muito. “Portanto, a utilização adequada do cartão de crédito, evitando completamente o pagando mínimo da fatura e a realização de dívidas que não superem o horizonte de seis meses, bem como a não incorporação do crédito disponível no cheque especial ao orçamento familiar torna-se uma decisão coerente, diante do cenário econômico em curso e das taxas de juros praticadas pelas Instituições financeiras do país”, ressalta Claudio.

 

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