Índice sobe 0,22% em abril, mostra BC
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do PIB, mostrou recuperação em abril quando comparado com março mas ainda indica fraqueza da economia, na avaliação de economistas.
Segundo dados divulgados pelo BC nesta sexta-feira, 15, o IBC-Br subiu 0,22% em abril, depois de ter registrado uma queda revisada de 0,61%em março. Antes, o recuo havia sido de 0,35%.
Economistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,20% em abril, segundo a mediana de dez estimativas.
“O índice confirmou a atividade econômica mais fraca neste momento”, resumiu o economista da Votorantin Corretora Alexandre Andrade.
O sócio da Leme Investimentos Paulo Petrassi, foi na mesma linha. “O número do IBC-Br é relativamente neutro, veio em linha com as expectativas, mas também mostra uma economia fraca.”
Para Andrade, a atividade deve seguir fraca neste trimestre, já que os efeitos defasados do afrouxamento monetário e as medidas de estímulo econômico serão sentido mais fortemente no segundo semestre, além da desoneração da folha de pagamento para setores da indústria, que passará a vigorar no período.
A tendência de uma melhora mais à frente também apareceu em relatório do Bradesco, que viu no resultado de abril, “sustentado pelo bom consumo das famílias, conforme apontado pelas vendas no varejo”, uma confirmação dessa expectativa.
Neste cenário, a avaliação dos economistas é que o BC deve seguir cortando a taxa básica de juros Selic, hoje já em seu nível mais baixo, de 8,50% ao ano.
REVISÕES
As revisões feitas pelo BC nos meses anteriores elevaram a expansão do primeiro trimestre, na comparação com os últimos 3 meses de 2011, para 0,49%, ante 0,15% divulgado em maio.
A principal revisão ocorreuem fevereiro. Comos novos números divulgados pelo BC, o segundo mês do ano passou a registrar um crescimento de 0,56% – ante queda de 0,38%, segundo os dados divulgados em maio.
Apesar da forte mudança no primeiro trimestre, o acumulado em 12 meses até abril ficou em 1,55%, praticamente repetindo o acumulado em 12 meses até março divulgado no mês passado.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia – serviços, indústria e agropecuária.
ESFORÇO PARA CRESCER
No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,2% no primeiro trimestre do ano em comparação com os últimos três meses de 2011.
Por conta do ritmo lento da atividade, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5% do PIB para este ano e fala em algo em torno de 3%.
O mercado é mais pessimista e projeta uma expansão neste ano abaixo dos 2,7% vistos no ano passado. No último relatório Focus do Banco Central, analistas reduziram a previsão de crescimento do PIB em 2012 pela quinta semana seguida, para 2,53%.
A produção industrial, que registrou a segunda queda seguida em abril ao recuar 0,2% frente a março, ajuda a reforçar esse pessimismo.
Diante desse cenário, o governo vem procurando estimular a economia e o BC segue reduzindo a Selic – desde agosto passado ela já foi cortada em 4%.