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IPCA desacelera em março com educação

22/03/2012 17h25 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
IPCA desacelera em março com educação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da ganho de 0,38% em março, segundo a mediana das previsões de 17 analistas, cujas estimativas variaram entre alta inflação oficial- subiu 0,25% em março, mostrando uma forte desaceleração ante a alta de 0,53% registrada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 22.

 

O resultado deste mês é o melhor para março desde 2009 – auge da crise internacional, quando teve alta de 0,11% – e veio bem abaixo das expectativas do mercado. Economistas consultados pela Reuters previam de 0,32% e de 0,43%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,61%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,98%. Em março do ano passado, o indicador havia registrado alta de 0,60%.

De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deveu-se à “forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação”, que ficou concentrada em fevereiro, com alta de 5,66%. Em março, reduziu a 0,51%. Com isto, ainda segundo o instituto, a alta de preços no segmento de produtos não alimentícios passou de 0,60% em fevereiro para 0,26% em março.

O grupo Alimentação e bebidas também mostrou desaceleração nas altas, passando de 0,29% em fevereiro para 0,22% neste mês. O grupo Despesas pessoais foi o que mais mostrou alta em março, com 0,60%, enquanto na ponta oposta veio o grupo Comunicação, com deflação de 0,49%.

 

JUROS EM QUEDA

O resultado do IPCA-15, mostrando desaceleração forte neste mês, foi considerado uma boa surpresa pelos analistas, o que corrobora que o Banco Central deve continuar reduzindo a Selic – hoje em 9,75% ao ano. Para o economista-chefe da CM Capital Markets, Mauricio Nakahodo, está mantida a expectativa de pelo menos mais um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, como ocorreu no início do mês.

“Mas acho que é muito cedo para revisar (a estimativa), até porque em abril a inflação não deve vir tão baixa quanto foi em março”, afirmou ele, citando preços de tarifas de energia.

O BC vem afirmando que a inflação no Brasil está convergindo para o centro da meta de 4,5% pelo IPCA, para justificar a redução da Selic, de 12,5% em agosto para 9,75 por cento atualmente, com a intenção de estimular a economia. O governo quer garantir uma expansão econômica na casa dos 4% neste ano, após os 2,7% vistos em 2011.

Além disso, O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou claro que pretende levar a taxa básica de juros para patamares “ligeiramente acima dos mínimos históricos” e estabilizá-la neste nível. O piso já alcançado é de 8,75% ao ano, que vigorou entre julho de2009 aabril de 2010.

No relatório Focus desta semana, o mercado financeiro acompanhou essa percepção e elevou para 0,75 ponto percentual sua estimativa de corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom, em 18 de abril. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em 3,30% neste ano e em 4,20% no ano que vem.

Em fevereiro, o IPCA subiu 0,45%, após alta de 0,56% em janeiro, o menor patamar em cinco ano para o período, mostrando que a inflação havia perdido força. (reportagem adicional de Silvio Cascione,em São Paulo)

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