Mães querem presentes pessoais neste domingo
Pelo menos oito entre dez mães sondadas pela reportagem do jornal Primeira Página nesta quinta-feira, 10, afirmaram que querem presentes pessoais no próximo domingo, quando se comemora o Dia das Mães. A maioria dispensou tacitamente aqueles presentes que são para a casa e não para elas próprias.
Destoando da maioria está a advogada e publicitária Judith Marine, proprietária da Tema Propaganda, que diz acreditar que a data tem tudo a ver com utensílios domésticos. Primeiro justificou a demora em responder a pergunta sobre qual seria o presente ideal para ganhar com a frase: “Essa é uma pergunta difícil”. Depois disparou que uma máquina de lavar louça para facilitar sua vida de jornada dupla ou tripla cairia bem. E arrematou dizendo que “eletrodoméstico combina com o dia”.
Um pouco mais acanhada, a dona de casa Débora Martins disse que qualquer presente da família será bem-vindo, mesmo que seja um novo conjunto de panelas com tampa de vidro, que ela viu no comercial de televisão. Mas deixou aberta a possibilidade de um presentinho pessoal, só para ela usar.
Com os pés nas nuvens, a jornalista Glória Sarat não teve dúvida ao responder que um carro importado será ótimo e receberia de bom grado. Mas as pretensões logo chegaram ao chão e afirmou que bijuterias estão dentro da categoria “adoro”. A filha adolescente já conhece o gosto da mãe e nas datas anteriores a presenteou com peças “lindas”, até joias já entraram no rol dos presentes que a jornalista recebeu nessa data, recebidas do “maridão”. Ao ventilar a possibilidade de um presentinho para a casa, a ideia foi logo bombardeada. “Nem pensar”, declarou.
A secretária da Câmara Municipal, Ana Lúcia Lima, com um tom mais amoroso, disse que amor e carinho já são suficientes, mas se é para concretizar o sentimento, flores “plantadas” vão lhe dar muito prazer. “Não sou muito ligada em objetos ou presentes, você está perguntando para a pessoa errada”, dispensando outra pergunta vinda da reportagem.
A professora de Ciências Sócias da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Vera Cêpeda, segue na linha que ações são mais valiosas que objetos e declarou que se os seus filhos aumentassem o interesse e o gosto por cultura, e em especial pela leitura, ela não precisaria de outro presente “pela vida inteira”. Entretanto, se fosse para formalizar a data, adoraria receber perfumes. “Mas, já estou antenada que vou ganhar a nova edição do livro ‘Teoria da Ação Comunicativa’, de Habermas, que acaba de ser lançada no País. Fui comprar um exemplar essa semana e a livreira me convenceu a não levá-lo naquele momento”. ‘Não deixa isso pra lá, dona Vera’, explicou a professora, ao induzir que aquele livro lhe seria presenteado.
A advogada Giseli Santucci também está na lista das mães que querem um presentinho para elas usarem. “Se ganhar uma roupa ou um sapato vou adorar”, afirmou. Ela contou também que com a mãe dela ela usa a mesma lógica. “Mesmo minha mãe pedindo coisas para a casa eu não dou. Compro um presente para ela usar, não todos da casa”, disparou.