5 de Julho de 2024

Dólar

Euro

Economia

Jornal Primeira Página > Notícias > Economia > “Maioria dos setores da indústria não está legal”, diz diretor da Brainco e IBP

“Maioria dos setores da indústria não está legal”, diz diretor da Brainco e IBP

02/11/2012 15h10 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
“Maioria dos setores da indústria não está legal”, diz diretor da Brainco e IBP

“No geral, a maioria dos setores da indústria não está legal”, afirma Emerson Chu, diretor industrial das empresas Brainco e IBP Indústria e Comércio de Máquinas e Peças, e 1º vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo): “A maioria vem numa queda de produção que não reflete a demanda. A demanda tem crescido, tem uma classe econômica que subiu, mas essa demanda não está sendo suprida pela indústria nacional. Temos um gráfico de crescimento de demanda, e até um gráfico de crescimento de produção na indústria, mas há um gap muito grande”, completa Chu.

Segundo ele, alguns dos motivos são os importados, e o Custo Brasil (infra-estrutura, impostos, custo da mão de obra muito elevada, a falta de mão de obra qualificada): “Então fica tudo para indústria: ela tem que dar o seguro-saúde, o ônibus…Em outros países não é assim. Pagamos impostos para esse ônus ser do Estado. Na minha empresa, gostaria de pegar todos os meus impostos, que já estou acostumado a pagar, e distribuir isso aos meus funcionários”, e conclui: “Acho que a indústria vem sofrendo muito”.  

No entanto, diz Chu, o pior já passou: “Agora o governo tem colocado algumas medidas, como aumento do dólar, alterações na infra-estrutura…Mas tudo isso demanda muito tempo, não são resultados imediatos. O governo está melhorando a questão de proteção contra importado. Até então não se mexia muito, não tinha barreiras de proteção. Acho que nós passamos pelo pior. Acredito que o governo federal está enxergando, mesmo por que está sobrando no bolso dele, a falta de arrecadação de impostos. Está vendo que tem que se mexer”, diz.

Para Chu, na hora em que as medidas realmente se concretizarem, nos próximos anos, vai haver melhora: “Mas falta muito ainda. Muito tem que ser feito neste país, em termos principalmente de educação. A indústria, como eu falei, está fazendo a parte dela, em termos de Sesi, Senai, nós temos ensino em período integral, articulado ainda com Senai à noite. Quem estuda no Sesi durante o dia pode fazer curso profissionalizante à noite. O que se investe em capital humano em outros países…Qual o grande recurso do Japão, da Coréia, da Alemanha? É gente, é o povo, e conhecimento tem um valor muito grande, tem alto valor agregado, e é distribuído ao redor do mundo”, afirma.

 

Inovação

“Não faço o que o outro já está fazendo”, diz Chu: “Se o mercado já existe para outro é por que ele está fazendo bem feito. Para mim, o importante é agregar alguma coisa. Na empresa, temos mais dois tipos de tecnologia que estou desenvolvendo no momento, que vão entrar no mercado no ano que vem. São dois tipos de revestimento que serão aplicados de maneira diferente, mas com o mesmo propósito: aumentar a vida útil do produto. Se eu fizer o mesmo que o outro, nós dois vamos morrer”, afirma.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x