Mínimo maior impulsiona vendas de supermercados
Os supermercados brasileiros devem fechar o primeiro trimestre de 2012 com as vendas crescendo em níveis acima do esperado, favorecidas pelo reajuste do salário mínimo, ocorrido em janeiro, e pelas vendas de Páscoa, o que pode levar a uma elevação da estimativa anual para o setor.
As vendas reais dos supermercadistas em março devem crescer cerca de 7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mantendo o ritmo de alta visto em fevereiro, segundo previsão da associação que representa o setor, Abras.
“Em março contra março devemos ter pelo menos 7% de alta”, disse a jornalistas o superintendente da Abras, Tiaraju Pires, nesta quinta-feira, 28.
O resultado deste mês deve ser beneficiado pela comemoração da Páscoa no início de abril, enquanto em 2011 o feriado foi celebrado no final do mês. A Páscoa representa a segunda melhor data de vendas para o setor supermercadista depois do Natal.
Em fevereiro, as vendas reais dos supermercados brasileiros subiram 11,58% ante o mesmo mês em 2011. Já em relação a janeiro, houve queda de 0,18%, em função do menor número de dias.
Com o avanço em fevereiro, as vendas acumularam expansão de 7,57% nos dois primeiros meses do ano. Embora a previsão da Abras seja de que o faturamento do setor cresça entre 3,5 e 4% este ano, Pires disse que, conforme os desempenhos em março e abril, essa estimativa pode ser elevada.
“Ainda é cedo para rever a projeção do ano, mas pode haver uma surpresa positiva”, afirmou.
Além das vendas de Páscoa, o setor vem sendo impulsionado neste início de ano pelo reajuste de 14,12% no salário mínimo, em janeiro, que teve efeito superior ao esperado pela entidade nas vendas.
“Fevereiro foi o primeiro mês com mais dinheiro no bolso… o aumento (do salário mínimo) resultou em uma euforia para ir às compras”, disse Pires.
CESTA ABRASMERCADO
A Abras apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em fevereiro recuou 0,25% sobre o mês anterior, para 316,10 reais. Na comparação anual, o valor da cesta aumentou 5,83%.
Os produtos com maiores altas de preço em fevereiro sobre janeiro foram feijão (+11,52%), cebola (+8,75%) e café (+4,06%). As maiores quedas foram tomate (-21,34%), farinha de trigo (-4,23%) e farinha de mandioca (-3,83%).