Oferta de líquidos deve cair em 2024
Opep revisa para baixo oferta de líquidos no Brasil em 2024, mas prevê aumento em 2025
Isabella Pugliese Vellani/AE
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a oferta de líquidos do Brasil em 2024, incluindo biocombustíveis, devido à produção menor do que o esperado nos últimos meses. Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, 11, o cartel também observou a produção total de combustíveis líquidos brasileiros caiu 20 mil barris por dia (bpd) em outubro, a 4,1 milhões de bpd.
A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba cerca de 15 mil bpd neste ano, para uma média de 4,2 milhões de bpd. O número representa corte de 15 mil bpd em relação às estimativas de novembro, devido a produção brasileira aquém do previsto nos últimos meses.
No entanto, para 2025, a instituição prevê um aumento do fornecimento brasileiro, por conta de uma expansão de produção em campos do país, embora limitado por questões técnicas e operacionais que podem atrasar o início da produção programada de algumas plataformas. O relatório projeta alta de 200 mil bpd na oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, a 4,4 milhões de bpd.
Somente a produção brasileira de petróleo bruto caiu 200 mil bpd em outubro, à média de 3,3 milhões de bpd. Segundo a Opep, a queda foi maior que o esperado e representa continuidade da performance fraca, com produção lenta em diversas plataformas offshore.
Para o primeiro trimestre de 2025, o cartel cita que a economia do Brasil, liderada pela forte atividade agrícola e industrial em meio à demanda saudável por viagens, deve sustentar o crescimento da demanda regional de petróleo da América Latina em 136 mil bpd ao ano, a uma média de 6,8 milhões de barris por dia.
DEMANDA GLOBAL
A Opep cortou em 210 mil barris por dia (bpd) a previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, para 1,61 milhão de bpd. Se confirmada a previsão, o consumo global somaria 103,82 milhões de bpd em 2024, conforme relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, 11.
Para 2025, houve uma revisão em baixa de 90 mil bpd para a expansão da demanda global, para 1,45 milhão de bpd. Neste caso, o total ficaria em 105,27 milhões de bpd.
Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumento de cerca de 110 mil bpd tanto este ano quanto no próximo, segundo projeta a Opep.
Fora da OCDE, a expectativa é de alta próxima de 1,5 milhão de bpd em 2024 e de 1,34 milhão de bpd em 2025.