No dia 25 de junho a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos – AEASC, a Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea-SP, realizaram a palestra Gestão e Engenharia da Manutenção, como parte do VI Ciclo de Palestras em Engenharia Mecânica da UFSCAR tendo como objetivo ampliar o acesso às informações sobre Gestão e Engenharia da Manutenção.
A eng. mecânica Fabiana Pereira da Silva, gerente em Engenharia de Manutenção na Empresa Vale por 10 anos, especialista em Engenharia e Gestão de Manutenção e consultora de Negócios e Manutenção, trouxe dados muito impactantes para os profissionais do Sistema Confea/Crea – AEASC e para os futuros profissionais do setor:
“Eu queria trazer esse assunto logo no início para deixar claro o nível de urgência em incluirmos a manutenção no currículo normal da graduação. A primeira coisa é quantas vagas a gente tem na manutenção. São cerca de 31 mil só no Linkedin. Tem quem não entenda como dado concreto, mas esses números são de maio e, minha experiência como consultora mostra que 31 mil vagas é um número que não está longe da realidade. Supervisor de manutenção, em torno de mil vagas. Engenheiro de manutenção cerca de 1.000, sendo que 88 são de maio mesmo. Essa é a importância da manutenção no mercado.”, contou a consultora e palestrante.
De acordo com as demais informações apresentadas pela consultora, essa falta de mão de obra, mesmo com o retorno financeiro sendo considerado bastante bom, é a falta de formação nessa área, cursos, inclusão em currículo de graduação, para que ao final da formação em engenharia o futuro profissional esteja preparado para esse mercado: “Eu já cheguei a levantar dados em algumas universidades mostrando que 40% dos engenheiros formados ali foram para a área de manutenção.”, afirmou Fabiana Pereira da Silva.
A palestra também abordou as principais áreas da manutenção em diversos setores produtivos do país, destacando os gargalos nas práticas de manutenção preventiva e preditiva, bem como os riscos associados à negligência dessa atividade. Atualmente, cerca de 30% dos custos operacionais de uma indústria estão relacionados à manutenção, e esse segmento representa aproximadamente 3,6% do PIB brasileiro. Diante desse cenário, foi enfatizada a importância de as universidades direcionarem esforços para a formação de profissionais qualificados em manutenção, abrangendo seus múltiplos aspectos técnicos e estratégicos.
“O papel da universidade pública é se integrar às demandas da sociedade, entendendo como sociedade, não apenas o cidadão, mas empresas e instituições que demandam conhecimento e mais informações sobre o tema, criando uma de troca de experiências e aprendizado. Ou seja, ao final, todos são beneficiados. A UFSCar já está atenta a essa necessidade no setor de manutenção e preparando uma especialização, que deverá ser de 360h sobre o tema.”, explicou o prof. dr. Luís Antônio Oliveira Araujo, docente adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSCar.
“Os dados sobre vagas no mercado de manutenção apresentados pela palestrante são expressivos e indicam uma forte demanda por profissionais na área. O que parece estar em falta é a formação adequada, tanto na graduação — com a inclusão de disciplinas voltadas à manutenção mecânica, elétrica, mecatrônica e áreas correlatas — quanto em programas de especialização. A AEASC, em parceria com o CREA-SP, tem entre suas atribuições a responsabilidade de promover a difusão de informações sobre o mercado de trabalho e incentivar a formação qualificada nas áreas que representa”, declarou o eng.geólgo Laert Rigo, presidente da AEASC.