Pandemia de coronavírus afeta rede hoteleira, diminui ocupação e ocasiona demissões
Ocupação é de cerca de 0% no interior do Estado de São Paulo. Hotéis investem em mudanças para atrair clientes no segundo semestre
A pandemia do novo coronavírus vem esvaziando os hotéis e acarretando demissões, a ocupação chegou a 0%, segundo Domingos Pinho, diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SinHoRes-SP) e membro da Federação de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Estado São Paulo.
De acordo com Pinho, após o isolamento social no Estado de São de Paulo, os proprietários irão esperar até julho para reabrirem os hotéis de forma gradual, com mudanças no atendimento para atrair novamente os clientes.
A reportagem do Jornal Primeira Página conversou com alguns proprietários de Hotéis no interior do Estado de São Paulo, que confirmaram a ocupação de 0% e funcionários foram demitidos. Somente mantiveram colaboradores para a manutenção mínima dos Hotéis.
O diretor e proprietário do Hotel Fazenda São João, localizado em São Pedro, Sergio Passos, disse que antes da pandemia do coronavírus, a taxa de ocupação variava de 50% a 100%. “Vínhamos trabalhando com taxas de ocupação em média de 50% para finais de semana em baixa temporada, cerca de 60% a 70% em férias e 80% a 100% em feriados”, explicou.
De acordo com o diretor Passos, desde o dia 22 de março o Hotel está fechado, devido na queda da ocupação, que chegou a 0%, porque muitos clientes com reservas para o período de abril começaram a pedir o cancelamento de sua reserva e ou reagendar para datas futuras.
Já o proprietário do Hotel Fonte Colina Verde, situado no município de São Pedro, André Tomazini, também confirmou que antes da pandemia, no início deste ano, a ocupação do hotel estava com melhoras significativas em relação ao ano passado, mas com a pandemia, teve que fechar temporariamente o Hotel até o fim do prazo de quarentena estabelecido pelo Governo de São Paulo.
Segundo Tomazini, no momento o Hotel passa por reformas e melhorias na estrutura para que os hóspedes possam ter uma melhor experiência, quando a normalidade voltar no Estado.
Desemprego na rede Hoteleira
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), que representa mais de quatro milhões de trabalhadores do setor, afirma que busca aditamento das convenções coletivas para tentar reduzir a onda de demissões nessa crise econômica, contando com o auxílio do governo federal para completar a renda da categoria.
O presidente da confederação, Wilson Pereira, afirma que é possível ter até meio milhão de desempregados no setor de turismo e hospitalidade, que engloba hotéis, restaurantes e bares. “Vamos tentar mitigar ao máximo essa crise, mas é inevitável a grande perda de empregos”, diz Wilson Pereira.
Segundo Fernando Santos, proprietário de vários hotéis no interior do Estado de São Paulo, antes da pandemia tinha cerca de 120 funcionários, atualmente tem um número mínimo de funcionários para limpeza, manutenção e segurança.
O proprietário Passos, informou que em um primeiro momento procurou preservar o emprego. “Foram utilizados vários meios, como banco de horas e férias. Mas, atualmente 90% estão com seus contratos suspensos e 10% com redução de jornada e salário, para que não descubram setores e afazeres que não podem parar totalmente, foram cadastrados no programa de manutenção de emprego e renda do governo e acreditamos que estarão por conta desse sistema por 60 dias”, ressaltou.
Já o proprietário Tomazini, disse que está com uma equipe mínima. “Apenas mantendo os funcionários essenciais na operação e aqueles que estão voltados para as reformas e melhorias. Para os demais, principalmente aqueles que são considerados do grupo de risco, antecipamos férias e feriados ou afastamos sem prejuízo de salário. Para os que estão trabalhando, adotamos o uso de máscaras e reforçamos os cuidados com limpeza, higiene e distanciamento”, explicou.