Preços ao produtor aceleram alta a 0,72% em setembro
O índice de preços ao produtor acelerou sua alta a 0,72 por cento em setembro, após o avanço de 0,52 por cento em agosto, puxado pelo segmento de bebidas e o encarecimento do preços da nafta no mercado internacional.
Pesou também, segundo informou o informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 31, a maior procura por fertilizantes para o período de safra.
“Não há justificativa. Não há choque de preço e matéria-prima. (Os produtores) estão se recolocando no mercado, provavelmente”, afirmou o gerente do indicador, Alexandre Pessoa Brandão, referindo-se ao ramo de bebidas.
O IBGE revisou o dado de agosto depois de anunciar anteriormente alta de 0,53 por cento.
Em setembro de 2011, o índice havia registrado avanço de 1,23 por cento, e no acumulado em 12 meses os preços apresentaram alta de 6,99 por cento no mês passado.
No mês passado, 15 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE. Em agosto, 16 atividades haviam registrado alta nos preços.
Os destaques no mês passado ficaram para os segmentos de bebidas, com alta de 4,62 por cento, ante 0,36 por cento em agosto, com preços maiores da cerveja, chope e refrigerante, mostrou a pesquisa.
Também registraram altas importantes o segmento de outros produtos químicos (3,84 por cento, ante queda de 1,52 por cento, no período), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,27 por cento, ante queda de 0,19 por cento) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,36 por cento, ante 0,78 por cento).
No grupo dos produtos químicos, a alta da nafta encareceu a produção de matérias-primas do plástico, como polietileno e polipropileno. Já insumos para fertilizantes, como fósforo, que também compõem este grupo, foram pressionados pela aumento da procura em período de preparo para a safra.
O IBGE informou ainda que a produção de produtos alimentícios registrou inflação de 0,82 por cento em setembro, desacelerando sobre a alta de 2,07 por cento do agosto. Mesmo assim, a atividade esteve entre as que mais influenciaram o indicador no mês passado, com 0,17 ponto percentual, dado o grande peso na composição do índice.
Entre os destaques nas quedas de preços em setembro sobre o mês anterior está a atividade de veículos automotores, com recuo de 0,77 por cento ante alta de 0,16 por cento em agosto.
O índice mede os preços “na porta das fábricas” e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.
Na comparação com o mesmo mês de 2011, as maiores variações positivas de preços em setembro ocorreram em fumo (19,39 por cento), bebidas (19,08 por cento), alimentos (15,49 por cento) e outros equipamentos de transporte (12,01 por cento).
A inflação vinha dando sinais de desaceleração. Na terça-feira, por exemplo, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) mostrou forte desaceleração em outubro ao registrar variação positiva de 0,02 por cento, ante 0,97 por cento em setembro. O destaque ficou para a queda dos preços das matérias-primas brutas, no atacado, de 1,24 por cento.
O comportamento da inflação, assim como da economia, ainda divide os analistas em relação às próximas medidas do Banco Central sobre a política monetária em 2013. Parte acredita que a Selic será mantida na mínima histórica de 7,25 por cento ao longo do ano que vem e outra parte vê que ela será elevada no final do ano.
Na pesquisa Focus do BC desta semana, analistas previam que a inflação pelo IPCA fechará este ano a 5,45 por cento e 2013 a 5,40 por cento.