Preços no Varejo apresenta quarta elevação consecutiva
Os preços no varejo paulistano tiveram alta de 0,56% em relação a outubro, segundo mostra o Índice de Preços no Varejo (IPV), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Embora o ritmo tenha diminuído, esta é a quarta elevação consecutiva, o que faz com que o indicador acumule incremento de 3,35% em 2012 – exatamente o mesmo resultado que registrado no mesmo período de 2011. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 4,09%. Considerando os 21 grupos que compõem o IPV, 14 registraram elevação em relação a outubro.
No grupo Supermercados, o incremento foi de 0,7% em novembro, ante os 1,9% verificados em outubro. As altas mais contundentes foram notadas em: derivados da carne (6,2%), cafés e chás (3,3%), aves (3,1%), carnes suínas (2,9%) e frutas (2,7%). Algumas proteínas animais enfrentaram um período de realinhamento de preços, passadas as quedas persistentes que foram ocasionadas por um descompasso entre oferta e demanda – principalmente externa – na primeira metade do ano. É importante reforçar, todavia, que, no caso das carnes de aves e dos suínos, ainda que a oferta fosse excedente, os custos produtivos vinham espremendo as margens dos produtores e o setor enfrentou alguns percalços. A atual recomposição de margens garante ao setor um alívio. O setor de Supermercados acumula alta de 8,2% em 2012.
O segmento de Vestuário, Tecidos e Calçados apontou alta de 2,1% em novembro, contra o recuo de 0,2% verificados em outubro. Com a chegada das temperaturas mais elevadas e a entrada da coleção primavera-verão no varejo, é natural que os preços sejam pressionados. Em 2012, os artigos desse grupo acumularam, em média, 2,46% de elevação.
Padarias acusaram alta de 1% em novembro, influenciadas pela pressão detectada em frios e laticínios (3,2%), panificados (1,5%) e bebidas (0,85%). A queda na captação do leite em algumas regiões produtoras de leite foram as principais causas do aumento nos preços médios dos seus derivados e, no caso dos panificados, a valorização persistente nos preços do trigo, oriunda de um declínio na produção mundial por conta do clima adverso, influenciam os custos dos pães e pressionam seus preços. No ano, o segmento acumula variação positiva de 12,9%.
Já os setores de Móveis e Decorações e Materiais de Construção descreveram alta de 1,1% e 0,5%, respectivamente. Devido à baixa representatividade na composição geral do IPV esses resultados não chegam a causar impacto significativo. O segmento mobiliário elevou-se em 1,1%, e decoração, 0,6%. Sazonalmente, o setor costuma registrar um leve aquecimento por conta das festas de final de ano. Soma-se a isso o benefício fiscal da redução do IPI nos materiais de construção, que tendem a aquecer ainda mais as vendas.
As atividades de Drogarias e Perfumarias (0,2%), Açougues (0,8%), Livraria (1,1%), Brinquedos (0,7%) e Relojoarias (1,5%) encerraram novembro com variação positiva e contribuem para a manutenção do IPV em patamares elevados.
Na contramão, os preços dos alimentos comercializados nas Feiras recuaram, em média, 1,8% em relação a outubro, quando havia descrito elevação positiva de 1,6%. As principais quedas foram percebidas em Legumes (-10,2%), Tubérculos (-2,3%), Aves (-1,6%) e Frutas (-1,2%). A queda poderia ter sido mais contundente se não fosse a alta de 6,7% nas Verduras e de 3,6% nos Ovos. Em 2012, esse grupo ainda registra um acréscimo de 10,6%.
O setor de Eletrodomésticos foi favorecido pela redução do IPI nos produtos da Linha Branca, que encerraram o mês com declínio de 2,2%. Os produtos Eletroportáteis elevaram-se em 0,6%, assim como os artigos de Utilidades Domésticas, que ficaram, em média, 0,9% mais caros. A atividade de Eletrodomésticos acumula queda de -1,3% no ano.
Outras quedas percebidas em novembro foram nos grupos de Veículos (-0,1%), Eletroeletrônicos e outros (-0,2%) e Floriculturas (-0,2%).
Estima-se que o IPV encerre 2012 bem próximo do resultado do ano passado, quando houve elevação de 4,09%. No período de julho a novembro, o IPV registrou uma taxa média de 0,50% de alta, acima da média de 0,14%, constatada nos primeiros seis meses do ano. Contudo, para repetir o resultado do ano anterior, o índice precisa, em dezembro, de um incremento de 0,71%.
Já para 2013, o cenário que se delineia ainda é de pressão nos alimentos, provavelmente com menor ímpeto, levando-se em conta, exclusivamente, os problemas logísticos e de escoamento de produção que existem na infraestrutura brasileira, já que o clima não deve ser um grande complicador.
As proteínas animais, que exercem alguma pressão nos preços médios de segmentos específicos – Açougues e Supermercados, por exemplo – devem ceder, tendo em vista o embargo do produto brasileiro por conta de um temor acerca da doença da “vaca louca”. Japão, África do Sul, Arábia Saudita, Egito e Coreia do Sul já se uniram neste movimento. É importante lembrar que alguns estados brasileiros ainda enfrentam embargo da Rússia por conta de questões sanitárias e o Governo tem agido no sentido de reverter essa situação.