Produção industrial cai 0,2% em abril
A indústria brasileira continua dando sinais de fraqueza. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira,31, aprodução industrial brasileira caiu 0,2 por cento em abril frente a março. Trata-se da segunda queda seguida e a terceira variação negativa mensal no ano.
Na comparação com abril de2011, aprodução diminuiu 2,9% cento, oitava contração seguida. O IBGE revisou ainda o resultado de março passado sobre um ano antes, passando de uma queda de 2,1 para 1,9%.
De acordo com pesquisa da Reuters junto a 20 analistas, a expectativa era de que a produção industrial se mantivesse estável em abril ante o mês anterior e registrasse queda de 2,2% ante o mesmo período de 2011.
O IBGE informou que houve queda da produção industrial em 13 dos 27 segmentos pesquisados na comparação mensal em abril, com destaque para o de Alimentos (-3,7%) e Farmacêutico (-8,5%), com o primeiro revertendo a taxa positiva registrada em março (0,4 por cento), e o segundo acumulando perda de 11,4% em dois meses consecutivos.
Na ponta oposta, o IBGE destacou que houve avanço no segmento de Edição, impressão e reprodução de gravações (6,7%), que devolveu parte da queda de 7,7% assinalada em março último, e de Veículos automotores (2,4%), que acabou acumulando expansão de 27,4% em três meses de taxas positivas consecutivas, eliminando assim parte da perda de 30,3% verificada em janeiro último.
O setor industrial é uma das principais preocupações do governo porque não tem dado sinais de recuperação e, assim, atrapalhando um desempenho melhor da economia toda. Por isso, o governo vem adotando medidas para tentar impulsionar a atividade. As mais recentes envolvem ações para incentivar os setores automotivo e de bens de capital, além do consumo em geral.
Além disso, o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros, adotando a flexibilização da política monetária como arma para estimular o crescimento. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic de 9 para 8,5% ao ano, novo recorde de baixa.
O próprio governo já admite que a economia brasileira não começou bem este ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou durante o Reuters Latin America Investment Summit que a economia brasileira deve ter crescido entre 0,3 e 0,5% no primeiro trimestre.
Embora tenha mostrado expansão do setor em março pelo terceiro mês seguido, o Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit recuou para 49,3 em abril, ante 51,1 em março, ficando abaixo da marca de 50 que separa contração de expansão.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira, 1º, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre e as expectativas são de que mostrará uma economia ainda patinando.