Redução de imposto tira linha branca do varejo
A redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) na linha branca, surtiu um efeito acima do esperado e afetou o estoque dos eletrodomésticos nas lojas.Em São Carlos, lojas como Colombo e J.Mahfuz relatam baixa no estoque e atraso na entrega dos produtos.
Segundo dados da consultoria GfK, que audita esse mercado de vendas do consumidor de eletrodomésticos, produtos como refrigeradores, fogões e lavadoras de roupa no varejo saltaram 56% em relação a novembro no volume de vendas e cresceram 30% em comparação ao Natal de 2010.
A explosão do consumo pegou de surpresa as fábricas que entraram em férias coletivas no final do ano e reduziu a linha de produção. Esse panorama afetou diretamente o estoque da loja Colombo de São Carlos, como relata o gerente de vendas da unidade, Cláudio Rogério Guimarães. Empresas como a Brastemp reduziram em 70% o volume de entrega para nós. “Se encomendarmos 300 refrigeradores, eles entregarão 50 e pedirão prazo maior para finalizar a reposição do estoque”, relatou.
O gerente de vendas da J.Mahfuz, Fabrício Dantas, alegou atraso na entrega dos produtos de pelo menos dez dias no início de janeiro. Segundo ele, as fábricas demoraram a atualizar a linha de produção. “Atualmente, nosso estoque está completo, sem prejuízo ao consumidor, mas as linhas novas que chegariam no início de janeiro só ficaram disponíveis agora”, informou.
Na central de estoque da J.Mahfuzem São Josédo Rio Preto, o coordenador de estocagem, Sérgio Henrique Bueno, descartou falta de produtos e afirmou que a loja está com linha branca com estoque regulado.
Para ele, a falta de produtos de algumas lojas aconteceu por falta de planejamento do setor de compras que não apostou na alta de vendas proporcionada pela queda o IPI.
Em janeiro, a demanda continuou intensa: na Whirlpool, líder do setor com as marcas Brastemp e Cônsul, o aumento foi de 20% sobre janeiro de2011. Aprocura por novos eletrodomésticos gerou até falta de produto nos pontos de venda. Segundo varejistas, não há geladeira suficiente para vender.
Os grandes magazines, através de suas assessorias de imprensa, afirmaram à reportagem do Primeira Página que lojas como Magazine Luiza não falam de vendas regionalizadas e por questão mercadológica não revelam volume de estoque.