São Carlos registra R$ 175,7 mi em compra de imóveis
O crédito imobiliário em São Carlos registrou crescimento de 164% nos últimos 12 meses, de acordo com Caixa Econômica Federal, e atingiu a cifra R$175,7 milhões em até o final de maio de 2012, no município.
O número recebeu um estímulo com a queda dos juros e a extensão do prazo de financiamento proposta pelo governo federal. Segundo o economista da Complano Construtora, Alexandre Castilho, em maio, um dos empreendimentos em execução vendeu 50% a mais que os quatro primeiro meses do ano. “De cinco vendas até abril o empreendimento fechou dez, todas motivadas pelas facilidades e ampliação do crédito aberta em maio”, afirmou.
No calculo simulado, o economista mostrou como a queda de 14,5% nos juros afetou diretamente o preço e o volume de parcelas do imóvel destinado àqueles consumidores que têm renda acima de R$ 4 mil. Na análise dele, num apartamento de R$ 150 mil, as parcelas reduziram em média R$ 300,00, chegando a R$ 1,1 mil.
O cálculo mais detalhado, de acordo com o economista, não pode ser feito com a queda de 10% para 7,9% como está estabelecido pelo governo federal. “Existe aí uma redução de 21% de juros se contabilizado todo o período do financiamento”, disse.
Na quitação do imóvel, a diferença do valor contratado atualmente em comparação aos contratos firmados antes da queda de juros gira perto de R$ 12,5 mil. “Com essa sobra é possível mobiliar um apartamento ou pelo menos ter 50% do valor de um carro popular”, afirmou.
De janeiro a maio de 2012, a Caixa registrou a contratação de R$ 883,1 milhões em crédito imobiliário na região de Piracicaba (que inclui São Carlos), um volume 119% maior que o registrado no mesmo período de 2011.
O superintendente regional da Caixa, Carlos Henrique Almeida Custódio, diz que as novas taxas de juros, que entraram em vigor em maio, contribuíram para este aumento. “A partir de agora devem impactar de forma ainda mais expressiva nos números, uma vez que a Caixa promoveu novas mudanças e muitos negócios iniciados em maio ainda estão em fase de concretização”, considera.
A estimativa do economista Alexandre Castilho é que as vendas se mantenham com o mesmo fluxo nos próximos meses. Ele afirmou que a faixa economicamente ativa que vem se beneficiando com a queda dos juros imobiliários estava desamparada de crédito que viabilizasse a aquisição de um novo imóvel. “São na maioria casais com grau de escolaridade superior e que exercem cargos de comando nas empresas em que trabalham e que a renda conjunta suporta uma prestação de R$ 1,4 mil mensais”, explicou.
Este foi o caso do casal Wilson Avelar e Juliana Almeida que com três anos de casados assumiram a empreitada de comprar o primeiro apartamento de três quartos. Eles optam por um apartamento de 90 m² estimado em R$ 190 mil na região oeste da cidade. “Será uma empreitada de 25 anos, mas se a família crescer, como é nossos planos, o apartamento tem como comportar os filhos”, afirmou Juliana.
Caixa amplia para 35 anos prazo dos financiamentos habitacionais
Os mutuários que pegarem financiamentos habitacionais da Caixa Econômica Federal a partir da semana que vem terão mais cinco anos para quitar os empréstimos. O banco ampliou o prazo do crédito habitacional de 30 anos para 35.
Os empréstimos serão feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) que opera com o dinheiro da caderneta de poupança. A instituição também reduziu as taxas de juros para essas modalidades.
Para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), as taxas caíram de 9% para 8,85% ao ano. Para os imóveis fora do SFH, os juros caíram de 10% para 9,9% ao ano. Os financiamentos do SBPE beneficiam apenas os mutuários que ganham mais de R$ 5,4 mil por mês, ou adquirirem imóveis de mais de R$ 170 mil.
O banco também ampliou o prazo dos financiamentos para a construção de casas e apartamentos com recursos da poupança. A partir da próxima semana, as construtoras e incorporadoras terão 36 meses para pagarem os empréstimos. Atualmente, o prazo corresponde a 24 meses. Os juros dessas linhas também foram reduzidos de 11,5% para 10,3% ao ano.
Para a construção de imóveis comerciais, os juros efetivos caíram de 14% para 13% ao ano. Nas operações de financiamento para a construção e aquisição de imóvel para uso próprio, a empresa pagará taxa de 12,5% ao ano, ante 13,5% cobrados atualmente. Em todos os casos, o mutuário também pagará a Taxa Referencial (TR), juros variáveis cobrados nos financiamentos imobiliários. No entanto, as taxas efetivas podem ficar ainda menores se o mutuário for correntista da Caixa.
As mudanças não valem para financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que inclui o Programa Minha Casa, Minha Vida. Para essas modalidades de financiamento, o prazo continua em 30 anos. A Caixa estima em R$ 96 bilhões a concessão de financiamentos habitacionais neste ano, ante R$ 80 bilhões do ano passado. Até maio, o banco havia emprestado R$ 36,7 bilhões, ante R$ 25 bilhões nos cinco primeiros meses do ano passado. (Hever Costa Lima)