Setor público tem superávit primário de R$ 2,997 bi
O setor público brasileiro registrou superávit primário de 2,997 bilhões de reais em agosto, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 28. O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, de 5,5 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.
Em 12 meses até o mês passado, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,46 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o menor valor registrado no ano. O número mostra que os resultados estão se afastando da meta oficial do setor público, de 139,8 bilhões de reais, equivalente a cerca de 3,1 por cento do PIB.
Entre janeiro e agosto, o resultado primário está acumulado em 74,225 bilhões de reais.
No resultado do mês passado, os governos regionais (Estados e municípios) contribuíram com primário de 1,483 bilhão de reais, enquanto que as empresas estatais tiveram resultado positivo de 341 milhões de reais.
O BC informou ainda que o déficit nominal –diferença entre receitas e despesas, incluindo pagamento de juros– ficou em 16,121 bilhões de reais no mês passado, e em 73,355 bilhões de reais entre janeiro e agosto. A dívida pública representou 35,1 por cento do PIB.
A apropriação de juros no mês passado somou 19,118 bilhões de reais, chegando a 147,580 bilhões de reais no acumulado do ano.
EXPECTATIVA
O governo mantém a expectativa de cumprimento da meta cheia do primário mesmo diante da desaceleração nas receitas e nas seguidas desonerações tributárias para estimular a atividade econômica, conforme disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin, na quinta-feira.
Dentro do governo, no entanto, já se trabalha com a possibilidade de o primário não ser cumprido sem descontar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Dessa forma, sobraria mais recursos para serem aplicados em investimento, buscando garantir maior ritmo para o crescimento da economia.
O BC, ao divulga o Relatório Trimestral de Inflação na véspera, revisou a projeção do déficit nominal de 1,4 para 1,9 por cento do PIB, ao mesmo tempo em que aumentou a projeção da relação dívida líquida sobre PIB para 35,2 por cento neste ano.