Taxas sobem com avança dos Treasuries e dúvidas quanto à PEC
No Brasil, os investidores experimentaram uma certa frustração com a entrevista do relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI)
O mercado de juros começou a semana de decisão de política monetária no Brasil com taxas em alta, importando a aversão ao risco do cenário externo e refletindo cautela com a tramitação da PEC da Transição. No exterior, dados acima do esperado da economia americana sugerindo postura mais hawkish do Federal Reserve impulsionaram os rendimentos dos Treasuries e fortaleceram o dólar.
No Brasil, os investidores experimentaram uma certa frustração com a entrevista do relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI). Ele confirmou que o “waiver” deve vigorar por dois anos, e não quatro, mas, também, por outro lado, o valor de R$ 198 bilhões a ser excluído da regra, quando o mercado já esperava uma sinalização mais clara de mudança para um valor perto de R$ 150 bilhões. Esse contexto abriu espaço para uma realização de lucros, depois de as taxas terem encerrado a semana passada em queda de mais de 100 pontos-base, no caso da ponta longa, justamente a que mais subiu.
Para analistas da Warren Renascença, a entrevista de Castro “deixou claro que o modelo e os valores da PEC, até este momento, são uma peça desencaixada” no texto. “A fala dele ficou bem truncada. Ele considerou a PEC do Tasso simpática, defendeu que o valor do Bolsa Família fique fora do teto e por fim não descartou a possibilidade de no próximo ano haver um reforço no Orçamento de R$ 136 bilhões, com base na previsão de aumento de 19% do PIB”, disseram os profissionais.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,985% regular e 14,00% a estendida, de 13,826% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou em 13,09% (regular) e 13,13% (estendida), de 12,90% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 12,49% para 12,72% (regular) e 12,755% (estendida).
