Vendas no varejo brasileiro sobem 0,8%
As vendas no varejo brasileiro tiveram alta de 0,8% em abril ante março e registraram elevação de 6% em relação a igual mês de 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 14.
Os números vieram abaixo do esperado pelo mercado, mas mostram uma recuperação da atividade. Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas no varejo subiriam 1,4% em abril ante março, de acordo com a mediana das projeções de 17 analistas. As estimativas variaram de queda de 0,50% a alta de 2,50%.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de aumento nas vendas de 7,5%.
O IBGE, por outro lado, melhorou um pouco os dados de março sobre fevereiro, cuja alta passou de 0,2 para 0,3% agora.
Segundo o IBGE, oito das dez atividades pesquisadas tiveram resultados positivos na comparação mensal. Os principais destaques foram combustíveis e lubrificantes (+2,5%), material de construção (+1,8%), móveis e eletrodomésticos (+1,5%), entre outros.
Na ponta oposta, apresentaram queda nas vendas os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-2,9%).
Na comparação anual, ainda segundo o IBGE, seis das oitos atividades registraram crescimento, como móveis e eletrodomésticos (12,1%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (33,2%).
Segundo o IBGE, o segmento de móveis e eletrodomésticos teve o maior impacto na formação da taxa em abril, refletindo “a política do governo de incentivo ao consumo através da redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a chamada linha branca”.
Tiveram queda nas vendas, na comparação anual, os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria (-4,3%) e tecidos, vestuário e calçados (-1,1%).
O resultado no comércio varejista é um importante indicador da atividade econômica no país, que ainda encontra dificuldades em mostrar recuperação.
A produção industrial, por exemplo, registrou a segunda queda seguida em abril ao recuar 0,2% frente a março. Diante disso, o emprego no setor contraiu 0,3% no mesmo período.
Esses fracos desempenhos ajudam a puxar a atividade do país para baixo. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,2 por cento quando comparado com o quarto trimestre de 2011, abaixo das expectativas do mercado e do próprio governo.
O cenário é preocupante e a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff continua dando sinais de que deve adotar mais medidas de estímulo. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já indicou que mais medidas estão a caminho.
O Banco Central também vem tentando impulsionar a economia, e uma das medidas tem sido a redução da Selic. No final de maio, a autoridade monetária reduziu a taxa básica em 0,50%, para o recorde mínimo de 8,50% ao ano, e deixou a porta aberta para mais cortes “com parcimônia”.