Atraso de ambulância passará por investigação
A morte de Piermario Morosini, jogador da segunda divisão do Campeonato Italiano, durante um jogo neste sábado, 14, desencadeou investigações sobre o atraso na chegada da ambulância.
O meio-campista de 25 anos do Livorno sofreu uma parada cardíaca aos 31 minutos da partida contra o Pescara.
Após a notícia de sua morte, a federação de futebol da Itália adiou todas as partidas profissionais do final de semana. Ainda não se estabeleceu nova data para os jogos da primeira divisão.
A ambulância atrasou três minutos fora do estádio do Pescara porque um carro da polícia estava estacionado diante da passagem de emergência. Fiscais do estádio foram forçados a quebrar o vidro do veículo, colocá-lo na marcha neutra e empurrá-lo para fora do caminho.
Luigi Albore Mascia, prefeito de Pescara, anunciou uma investigação interna para descobrir quem foi o responsável e disse que o inquérito estará finalizado até o início da segunda-feira.
Da noite para o dia a polícia da cidade foi retirada das ruas e substituída por membros da polícia federal pelo temor de serem alvos de torcedores revoltados, disse Carlo Maggitti, comandante municipal da polícia.
Valentina D’Agostino, promotora de Pescara, também está investigando o atraso. Médicos presentes à cena deram a entender que três minutos provavelmente não teriam alterado o trágico desfecho.
“Tudo que podia ser feito foi feito”, disse Ernesto Sabatini, um dos médicos que tratou Morosini, à agência de notícias Ansa.
“Fui um dos primeiros no gramado, e quando cheguei ele já estava rijo”.
Os médicos disseram que o coração de Morosini parou quando ele estava no campo, mas uma autópsia deve ser realizada nesta segunda-feira, 16, para determinar a causa da morte.
Piero Gnudi, ministro do Esporte e do Turismo italiano, declarou à TV estatal no final do sábado que estudará se equipamento médico sofisticado, incluindo desfibriladores, deveria de fato estar disponível em todos os eventos esportivos profissionais.
Centenas de torcedores do Livorno visitaram o estádio neste domingo, 15, e deixaram flores e echarpes do time sob um cartaz que dizia: “Você lutou até o fim, adeus grande Moro”. Muitos disseram que a camisa 25 que ele usava deveria ser aposentada.
Morosini já conhecia a tragédia. Ele perdeu os pais quando era adolescente e um irmão seu cometeu suicídio, relataram os jornais. Ele também atuou na Udinese, entre outros clubes, e na seleção italiana sub-21.