Basel é raro exemplo de estabilidade
Com apenas três treinadores diferentes desde a virada do século, o Basel, a grande surpresa da Liga dos Campeões nesta temporada, é uma caso raro de estabilidade nos mares turbulentos do futebol europeu atual.
Um grande contingente de jogadores revelados no próprios clube, prudência no mercado de transferências e um eufórico apoio popular fazem do time um modelo do que o presidente da Uefa, Michel Platini, gostaria de ver mais, em sua tentativa de controlar as finanças dos clubes europeus.
O Basel, que eliminou o Manchester United na fase de grupos, conseguiu outra vitória surpreendente ao bater o Bayern de Munique, quatro vezes campeões europeu, por1 a0, nesta quarta-feira, 22, no jogo de ida das oitavas de final.
Sete dos jogadores titulares que foram titular contra o Bayern são suíços e quatro deles são jovens que passaram pela elogiada divisão de base do clube.
Entre eles se destacam o goleiro Yann Sommer (23 anos), que teve uma atuação brilhante contra o Bayern, os meias Granit Xhaka (19) e Fabian Frei (23) e o ponta Xherdan Shaqiri (20), uma das grandes promessas do futebol suíço.
O reserva Valentin Stocker, 22, que marcou o gol da vitória, é outro jogador com passagem pelas categorias menores do Basel.
Os outros jogadores suíços do clube, o volante Benjamin Huggel e a dupla de ataque Alexander Frei e Marco Streller, são jogadores na casa dos 30 que iniciaram a carreira no clube e voltaram após rodar pelo exterior.
Dominante em casa, com seis títulos nacionais suíços desde 2002, o Basel há bastante tempo reconhece que não pode competir com os maiores clubes da Europa, mas tem conseguido dificultar a vida de muitos deles.
“Sabemos quem nós somos e onde queremos estar”, disse o presidente do clube, Bernhard Heusler, depois que o Basel foi sorteado para enfrentar o Bayern de Munique nas oitavas de final da Liga dos Campeões.
Heusler disse estar consciente que o clube eventualmente terá que vender seus melhores jogadores para o exterior, como o que já aconteceu com Shaqiri, que foi negociado com o próprio Bayern e vai se transferir em junho.
A política de continuidade do Basel se estende aos treinadores. O ex-técnico do Tottenham Hotspur Christian Gross montou a base do atual time durante os 10 anos que passou no cargo, de1999 a2009.
Ele foi substituído por Thorsten Fink e, quando o ex-meia do Bayern saiu para treinar o Hamburgo, em outubro, ele foi substituído por seu assistente Heiko Vogel, mais uma alemão que deu os primeiros passos como treinador no Basel.
“Meu time tem uma força de vontade incrível, um bom senso de compreensão em campo, um senso de quem eles são e uma autoconfiança saudável”, disse Vogel.
“Há um sentimento ótimo, estamos felizes no trabalho todos os dias, e isso faz a diferença.”