Brasil estreia na Paralimpíada em cinco esportes
Cento e oitenta e um atletas brasileiros começam em Londres, nesta quinta-feira, 30, a campanha para escrever o capítulo mais vitorioso da história paralímpica nacional. Nono lugar em Pequim 2008, a delegação verde-amarela sonha ganhar pelo menos duas posições no quadro geral, superando as 47 medalhas (16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze) conquistadas há quatro anos.
O time da natação, que reúne algumas das maiores esperanças de vitória do Brasil, é uma das seis equipes a representar o país no primeiro dia de competição dos Jogos. Daniel Dias, Andre Brasil e Clodoaldo Silva, que juntos possuem o incrível número de 26 medalhas paralímpicas, estão entre as estrelas que entram na piscina nesta quinta-feira.
“A gente quer começar com pé direito e lutar pela primeira medalha do Brasil”, diz o Coordenador Técnico da Natação, Murilo Barreto. “Sabemos que todos os países estão se preparando muito, fazendo treinamento em altitude, com estrutura. Mas contamos com pelo menos umas 10 medalhas de ouro, três ou quatro de prata e uma ou duas de bronze. A meta é ficar entre os oito primeiros”, projeta.
No tênis de mesa, 14 atletas brasileiros começam a mostrar suas habilidades no ExCel Arena, dentre eles o medalhista de prata em Pequim, Welder Knaf, e a estreante Bruna Alexandre.
“Tenho uma adversária bem forte pela frente, a Natalia Partyka, da Polônia, que disputou as Olimpíadas neste ano. É a minha estreia em Paralimpíadas e vencê-la será um grande desafio. Não é impossível, mas vai ser duro”, diz Bruna. “Acho que toda essa experiência é uma boa preparação para os Jogos de 2016. Assim como a Natalya, quero disputar o Olímpico também”.
A Seleção Brasileira de Hipismo terá no primeiro dia a apresentação de três de seus quatro integrantes: Davi Salazar, Marcos Alves, o Joca, que subiu duas vezes ao pódio em Pequim, nas categorias Individual e Freestyle, ambas para receber a medalha de bronze, e Elisa Melaranci.
“A equipe está me ajudando muito, porque eu estava muito tensa. Ainda não tenho tanto entrosamento com o meu cavalo, mas desde que viemos para Londres fizemos um trabalho muito bom e isso me deixou mais tranquila. Os treinos aqui têm sido ótimos e agora é pensar positivo”, afirma Elisa, primeira da equipe de adestramento a competir.
Os tatames londrinos recebem duas judocas brasileiras com um currículo de respeito: Karla Ferreira (dois ouros parapan-americanos e duas pratas paralímpicas) e Michele Ferreira (um bronze paralímpico).
“Sabemos que as adversárias são fortes e estudaram bastante a Karla e a Michele, duas medalhistas paralímpicas. Mas elas estão preparadas, bem treinadas e por isso o nosso objetivo é começar o primeiro dia já no pódio”, afirma o treinador da equipe de judô, Alexandre Garcia.
Nas modalidades coletivas, os brasileiros entram em quadra no goalball e no basquete em cadeira de rodas. O time de goalball enfrenta adversários nórdicos tanto no feminino, que estreia contra a forte equipe da Dinamarca, quanto no masculino, que duela contra a Finlândia.
“Será uma estreia difícil, contra um rival forte, mas o goalball masculino se encontra num nível elevado. Estamos melhores até do que no Parapan de Guadalajara, quando conquistamos o ouro”, estima o treinador Alessandro Tosim, convicto do potencial de seus comandados.
Quem também tem um rival fortíssimo pela frente é o basquete feminino, que parte rumo às primeiras cestas em Londres contra a Austrália, medalhista nas últimas duas edições dos Jogos.
“Realizamos bons treinos, amistosos, e esperamos uma boa atuação na estreia contra a Austrália. Existem pontos positivos em enfrentar um adversário poderoso logo no primeiro jogo, pois eles também podem sentir um certo nervosismo”, comenta Marcus da Gama, coordenador técnico da delegação de basquete em cadeira de rodas.