Hope Solo vai a Londres em busca de mais um ouro
Peça a um norte-americano para nomear uma das jogadoras da seleção feminina de futebol do país e são grandes as chances de a goleira Hope Solo estar entre as primeiras mencionadas.
Se o futebol feminino cresceu em importância e ganhou mais exposição globalmente na última década, há poucas jogadoras, seja onde for, que desfrutem do destaque de Solo.
A jogadora, que fará 31 anos pouco antes da Olimpíada de Londres, tem vários contratos de patrocínio lucrativos, chegou aos estágios finais do popular programa de TV “Dancing with the Stars” e atuou como modelo em diversas revistas.
Todas essas atividades colocaram Solo na arena pública tanto em casa como no exterior, mas foi seu desempenho no gramado que a tornou querida entre uma geração de norte-americanos.
Com 116 jogos desde sua estreia em 2000, Solo tem uma carreira pontuada de prêmios, troféus e não poucas dificuldades e polêmicas.
No ano passado ela conquistou a Luva de Ouro de melhor goleira na Copa do Mundo e a Bola de Bronze de melhor jogadora no geral, apesar de sua seleção perder a final para o Japão na disputa de pênaltis.
Foi mais uma decepção amarga no Mundial para Solo, que foi tirada do time antes da semifinal quatro anos atrás e reagiu atacando em público a treinadora que, em certo momento, ameaçou encerrar a carreira da goleira na seleção.
A indicação da sueca Pia Sundhage como técnica da seleção dos EUA levou à sua reconvocação em 2008 a tempo de participar dos Jogos de Pequim, onde brilhou e levou os EUA ao ouro vencendo o Brasil na final.
Solo, que jogou em times suecos e franceses no início da carreira, disse exultar com a chance de trabalhar com Sundhage.
“A partir do momento em que Pia entrou, mudou a dinâmica inteira deste time”, disse.
“Uma filosofia completamente diferente, ela é uma das treinadoras mais tranquilas que tive. Muitas treinadoras norte-americanas querem se envolver em cada passe, cada lance.”
“Ela quer que nós pensemos e analisemos o jogo por nós mesmas. Toda jogadora gosta de ter um pouco de liberdade no campo, devolve a alegria do jogo, do tempo em que éramos meninas e só jogávamos por farra”, acrescentou.
Resolver o relacionamento de Solo com suas colegas, que se opuseram ao seu rompante na Copa do Mundo, foi uma das primeiras tarefas de Sundhage.
“Para vencer, precisamos de boas goleiras, e não acho que nenhuma seleção pode se dar ao luxo de não dar uma chance a uma jogadora como Solo”, disse a sueca.
Uma séria lesão no ombro em 2010 foi o obstáculo seguinte de Solo, mas após uma operação e um programa intenso de reabilitação, ela voltou à sua melhor forma e recuperou seu lugar de número um tranquilamente.
“Passei por muitas coisas em minha vida pessoal e familiar, e isso fez de mim uma lutadora. Sempre luto para ser a melhor possível”, disse ela em entrevista recente ao site da Fifa.
Com 1,75m, Solo é relativamente baixa para uma goleira, mas compensa com sua agilidade extraordinária.
Sua importância para a seleção dos EUA vai muito além de suas habilidades: ela organiza a saída de bola e é astuta organizadora da defesa.
Solo segue para sua terceira Olimpíada, e só tem um pensamento: “Londres 2012 é para ganhar medalha, e não qualquer medalha, mas a de ouro”.